Itapema FM | 27/06/2012 07h06min
O espírito de Marius Petipa tem andado pelos corredores da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil por esses dias: ele está nas salas de aula, onde os alunos respiram uma das obras do coreógrafo-ícone do balé; caminha pelos corredores e sobe ao ateliê da estilista Tatiana Artamanova, no último andar do prédio; e chega ao palco do Centreventos Cau Hansen, soprando nos ouvidos dos artistas Carlos Kur e Adriana Hernandez Schrott.
É lá que ele chegará a toda a plateia presente para assistir à estreia do 3º ato de "Raymonda", balé criado pelo renomado mâitre do Teatro Imperial de São Petesburgo no fim do século 19, e que será apresentado na Noite de Abertura do 30º Festival de Dança de Joinville.
Até a noite de 18 de julho chegar, a Opus 57 será ouvida quase todas as noites por aqueles que passarem por perto da Escola Bolshoi. Desde maio, a maior parte dos 85 alunos que integram o elenco de "Raymonda" ensaiam de segunda a sexta. Ao mesmo tempo que a trilha composta há 116 anos por Alexander Glazunov é repetida, repete-se também o som das ferramentas que cortam os elementos do cenário construído pelo uruguaio Carlos Kur.
Ele começou a trabalhar na produção do cenário em 14 de maio, auxiliado por cinco funcionários, e corre contra o tempo para que tudo esteja perfeito quando as cortinas do Festival de Dança se abrirem. O cenário do 3º ato de Raymonda visto em Joinville será uma adaptação do cenário original do Balé Bolshoi de Moscou — que, aliás, reestreou no teatro russo no domingo, 24 de junho.
Para construí-lo, Carlos Kur se inspirou em fotos e vídeos do balé, mas encontra dificuldades para conseguir a proporção certa dos elementos cênicos.
— É necessário fazer muita pesquisa para não distorcer o cenário, porque nas fotos, como são reproduções, muita coisa pode ter sido transformada. Tem que entender a ideia do cenógrafo que criou o cenário. Pequenos detalhes podem mudar tudo — avalia o artista.
Leia mais na edição do Anexo desta quarta-feira.
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Cenário da noite de abertura já está sendo montado no palco do Centreventos Cau Hansen
Foto:
Rodrigo Philipps
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