Os botões não fazem parte da realidade do trabalho de Luiza Bandeira, Cosme Gregory e Juliana Ferrarezi: a roupa de trabalho deles não costuma ter esses detalhes, já que eles vivem da dança. E, antes que alguém levante a questão sobre a ocupação profissional dos três, que fique entendido que a arte é a carreira e a forma de sobreviver de Luiza, Cosme e Juliana, ainda que eles tenham que explicar isto toda vez que alguém pede pela profissão deles.

O espetáculo que eles trazem hoje à noite ao Teatro Juarez Machado, em Joinville, "Botões", remete à isso e procura ser uma prova de que bailarinos - assim como artistas em geral - trabalham e "suam a camisa" tanto quanto todas as outras pessoas em escritórios, com ternos e camisas cheias dos pequenos objetos redondos.

— São 45 minutos de dança ininterrupta e é muito cansativo, mas queremos mostrar como nosso trabalho não é tão fácil quanto as pessoas pensam — afirma Luiza Bandeira, coreógrafa carioca radicada em Jaraguá do Sul.

Segundo ela, é muito comum que as pessoas tenham uma visão de que bailarinos "passam o dia pulando no meio da sala", quando os grupos fazem sacrifícios em prol da arte. As coreografias apresentadas em "Botões", por exemplo, foram pensadas para concorrer em festivais e exigiram que seus criadores e seus intérpretes fossem às ruas para conseguir apoio para mantê-los.

O espetáculo foi pensado por Luiza, que convidou Cosme e Juliana para trazer trabalhos seus para "Botões". As peças são trabalhos de neoclássico e contemporâneo que enfatiza o trabalho de corpo das bailarinas: além de Luiza, Natalia Gorges, Maria Luiza Freitas, Grabiela Stipp e Caroline Schmidt emprestam seus instrumentos de trabalho para a dança. A direção musical de "Botões" é do pianista Eduardo Boechat e o figurino é de Rosane Sauner.

AGENDE-SE

O QUÊ: "Botões", da Bandeira Cia de Dança.
QUANDO: hoje, às 20 horas.
ONDE: Teatro Juarez Machado, anexo ao Centreventos Cau Hansen, na Avenida José Vieira, 315.
QUANTO: R$ 10.