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Itapema FM  | 21/05/2012 10h01min

Nem mainstream, nem cult

Com um show descontraído e criativo, Zeca Baleiro agrada ao público de Floripa sem precisar de efeitos especiais

Marina Lopes  |  marina.lopes@itapemafm.com.br

Zeca Baleiro prova, em pouco mais de uma hora e meia, que não precisa de firulas ou grandes efeitos especiais para fazer um bom show. Sua apresentação em Florianópolis da turnê Calma Aí, Coração, que aconteceu ontem, domingo, dia 20, no auditório do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, misturou músicas de seu último álbum, O Disco do Ano, com sucessos mais antigos e até mesmo interpretações de canções de outros artistas. Usando chapéu, quase sua marca registrada, e uma roupa estampada em preto e branco, Baleiro se mostrou descontraído e animado, conversando e brincando com o público - e até dançou funk.

A apresentação começou com O Desejo, faixa em que no álbum O Disco do Ano Baleiro divide os vocais com Chorão, da banda Charlie Brown Jr, e seguiu com Último Post e Calma Aí, Coração, que dá nome à turnê. A primeira faixa de trabalhos mais antigos do músico a ser apresentada no show foi a intensa Disritmia, composição de Martinho da Vila que atualmente está na trilha sonora da novela Cheias de Charme, e que fez o público acompanhar a batida com palmas e estalar de dedos. Baleiro continuou com as novas Tattoo e Nada Além - conhecida do público na versão gravada por Frejat - e a antiga Mundo dos Negócios; e, logo após a animada O Amor Viajou, puxou um banquinho e fez toda a banda sentar perto da beirada do palco, criando um tom mais intimista. "Que alívio", brincou o cantor ao sentar-se, talvez cansado da maratona de shows que acabou de enfrentar em Curitiba. O maranhense apresentou a banda e disse ser muito bom estar de volta à Floripa. "E é a primeira vez que eu venho à Floripa com um show tão novo", comentou, já que esta foi apenas a sétima apresentação de Calma Aí, Coração. Seguiu-se uma das partes mais descontraídas do show, em que Baleiro e sua banda - que em nenhum momento é ofuscada pelo frontman, se mostrando entrosada e muito à vontade no palco - brincaram fazendo versões de Maresia, de Adriana Calcanhotto (com direito a uma escorregada na letra da música, reconhecida e justificada por Baleiro: "como é um show novo, ainda temos muita lição de casa para fazer, muitas letras a decorar", ele brincou, sem perder a pose), e até mesmo de Price Tag, da cantora pop britânica Jessie J, certamente uma das maiores surpresas da noite.

Quase Nada foi, é claro, cantada em uníssono pelo público, com quem Baleiro dividiu o microfone; e seguida por Meu Amor, Minha Flor, Minha Menina, única faixa lembrada do álbum Baladas do Asfalto e Outros Blues, que ganhou cara nova em uma versão mais melancólica, apenas com voz e violão, sem o apoio da banda. Depois vieram mais músicas novas: Zás, Ela Não Se Parece Com Ninguém e Meu Amigo Enock - esta última, que brinca falando das relações estabelecidas através da internet e das redes sociais, foi ilustrada por uma divertida história em forma de desenho animado que quase roubou a cena, contada através de imagens projetadas no fundo do palco. "É tão bom ver o público interessado por música, reunido aqui por causa da música", disse Baleiro depois, introduzindo a brincadeira que se seguiria. "Mas, nos últimos anos, nós descobrimos que, mais do que gostar de música, o povo brasileiro gosta de música coreografada", continuou, fazendo referência ao sucesso recente e estrondoso do sertanejo Michel Teló. "Então nós preparamos uma música coreografada para apresentar para vocês." Foi então que Baleiro e sua banda cantaram e dançaram um funk paródia, com uma letra irônica e coreografia com direito a rebolado. O público riu, acompanhou e não parou de aplaudir enquanto os músicos saíam do palco, ainda andando no ritmo da música.

Mas não era o fim do show: atendendo aos pedidos de "toca Raul!", Baleiro voltou com A Maçã; interagiu com o público brincando com as torcidas dos times de futebol de Florianópolis; e ainda cantou Telegrama e Mamãe Oxum - esta depois do encerramento oficial, novamente atendendo a pedidos do público. Depois da despedida - em que o cantor convidou o público para estar hoje mais tarde em sua sessão de autógrafos na Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi, às 19h30 -, um clipe de Mamãe no Face, faixa do novo disco em que Baleiro ironiza e brinca com o próprio sucesso e a opinião da mídia sobre seu trabalho, foi exibido no fundo do palco, e o público não saiu antes que a música acabasse. Apesar do atraso de meia hora no começo do show, é certeza que a plateia não teria se importado se o show tivesse durado mais meia (ou uma, ou duas) hora. "Mamãe, não sou mainstream nem sou cult. Meu som assim, vapt vupt, caiu na boca do povo", Baleiro canta em Mamãe no Face. E não é que é verdade?

ITAPEMA FM
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