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Itapema FM  | 17/05/2012 20h08min

Em Cannes, Marion Cotillard brilha na estreia de filme sobre treinadora de baleias que perde as pernas

"De Rouille et d'Os" fala de pessoas em crise em um mundo à beira da barbárie

Com personagens envolvidos em uma tormenta, cheios de emoções profundas e filmados à flor da pele, Jacques Audiard retorna de forma memorável a Cannes e oferece uma entrada triunfal para Marion Cotillard e Matthias Schoenaerts na competição. De Rouille et d'Os, que estreia simultaneamente nos cinemas franceses, fala de pessoas em crise em um mundo amargo "à beira da barbárie", segundo Audiard. No filme, cada um dará um passo na direção do outro para avançar e crescer, juntos.

No filme, Stéphanie (Marion), é uma treinadora de orcas e "princesa arrogante" das pistas de dança da cidade. Em um acidente de trabalho, ela perde as pernas. Para se recuperar, apoia-se em Ali (Schoenaerts), um jovem pai do norte, guarda taciturno e encrenqueiro, pugilista nas horas vagas. Com base em renúncias, sofrimentos e batalhas amargas contra o seu coração e corpo resistentes, "ela vai descobrir que pode desistir e ensiná-lo a usar as palavras para dizer que lhe ama", resume Jacques Audiard, que apareceu radiante ao lado de seus atores durante a coletiva de imprensa.

Veja o trailer do filme 



– O filme é sobre destinos simples, aumentados por acidentes, que lutam para sair de sua condição – acrescenta o roteirista Thomas Bidegain.

Depois do filme Um Profeta, Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2010, capturado no universo confinado das prisões, sombrio e masculino, o diretor desejava se renovar com as mulheres, espaços abertos e luz, tudo isso encontrado a poucos passos, na praia de Cannes, já que as únicas baleias orcas da França residem no Marineland de Antibes.

Atravessando o filme no fio da navalha, Marion parece operar a mesma tradução das trevas à luz, caminhando lentamente, brilhante, na direção da força, da energia.

– Marion é uma atriz muito viril e muito sensual, com uma autoridade que a fez, sozinha, capaz de chegar ao outro lado do muro – garante Audiard, ao explicar o motivo da escalação da vencedora do Oscar, ancorada em Hollywood desde Piaf - Um Hino ao Amor.

– Poucas atrizes conseguiram se jogar lá dentro permanecendo essencialmente femininas – insistiu. O diretor também reconheceu a importancia da tecnologia que permite esquecer os efeitos especiais necessários para retirar as pernas de Marion-Stephanie (meias verdes apagadas na pós-produção).

Para a atriz foi necessária uma preparação intensa de longas horas de natação sem os braços e de treinamento com uma bengala para dar cinematograficamente corpo a uma deficiente, "já que hoje as pessoas com prótese andam muito bem e sem mancar".

Matthias Schoenaerts, já admirado em Bullhead, passa a impressão de força física, potência que atraiu o diretor, que procurava inicialmente um amador em uma academia de boxe. Cumprimentado com força e ternura por sua parceira e alvo dos flashs no tapete vermelho, o ator trabalhou durante meses com um treinador para se tornar um pugilista que luta para os apostadores, enquanto o pai quebra o gelo, literalmente, com socos e preenche a tela com seus ombros largos. Coração enorme, mas vazio de piedade ou compaixão.

Antes de deixar a sala, Jacques Audiard, o primeiro dos três franceses na competição, disse se sentir muito cineasta francês.

– Um protótipo de cinéfilo francês, espécie cujo desaparecimento foi registrado nos anos 1980. Eu venho de lá , sim – concluiu.

 

AFP
De Rouille et dOs / Cannes

No filme, Marion Cotillard vive treinadora de baleias que sofre acidente de trabalho
Foto:  De Rouille et dOs  /  Cannes


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