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Itapema FM  | 07/05/2012 15h28min

Keane recupera clima introspectivo em "Strangeland". Confira entrevista com o baixista Jesse Quin

Novo CD da banda chegará ao Brasil em 22 de maio

Elio Bandeira  |  elio.bandeira@zerohora.com.br

Por vezes, o caminho de uma banda de rock para consolidar o sucesso é percorrido tão rapidamente que uma volta às origens se faz necessária. Oito anos após a estreia com o excelente Hopes and Fears, os ingleses do Keane frearam a ousadia e voltaram às composições básicas e emocionalmente fortes do início da carreira.

O resultado pode ser comprovado no quarto CD, Strangeland, que chegará ao Brasil no dia 22 de maio.

Afim de recuperar o clima familiar e introspectivo, o tecladista Tim Rice-Oxley levou os demais integrantes – o vocalista Tom Chaplin, o baterista Richard Hughes e o baixista Jesse Quin – para seu estúdio, montado na cidade de Polegate, em East Sussex, interior da Inglaterra. Em um ambiente bucólico, foram criadas as bases das 12 composições que integram o álbum. A produção ficou a cargo de Dan Grech, que trabalhou com Radiohead, The Vaccines e Lana Del Rey.

O Keane tornou-se um quarteto pouco depois do lançamento do EP Night Train (2010), com a oficialização de Quin, que participou das gravações do terceiro álbum. De um hotel em Dublin, na Irlanda, por telefone, ele contou como foi criar Strangeland cercado por "galinhas e hortas":

– O processo de composição foi muito tranquilo. A única pressão era fazê-lo da melhor forma para nós. Apesar de ser um lugar quieto e cheio de paz, fizemos bastante barulho.

You Are Young abre o álbum com a sonoridade característica do Keane: piano marcado e em evidência, bateria e baixos marcados e o vocalista Tom Chaplin reforçando o sentimento de união ("Nada é dado, exceto os laços que nos mantêm juntos"). O primeiro hit, Silenced by the Night, segue na mesma linha melódica, com versos cheios de melancolia: "Fomos silenciados pela noite / Mas você e eu vamos nos reerguer novamente / Divididos da luz / Eu quero amar do jeito que costumávamos", diz o refrão.

O ponto alto aparece na quinta música, Sovereign Light Cafe, tocada em shows há cerca de três anos e cuja letra cita pontos da cidade de Bexhill, como a cafeteria citada, que é referência afetiva para os integrantes. Outra que já estava repertório é Disconnected. Apesar de conhecidas, ambas exigiram muito trabalho durante as gravações, conforme relata Quin:

– Por alguma estranha razão, essas músicas foram as duas mais difíceis de gravar e acertar de todo o álbum. Nós experimentamos bastante antes de ficarmos satisfeitos com elas.

Ainda há outros bons momentos, como as elétricas On the Road e Day Will Come. Já a soturna Black Rain fica muito aquém do potencial pop da banda.

A turnê de divulgação de Strangeland começa neste mês, e estão agendados shows na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá. A América do Sul, especialmente o Brasil, é o próximo alvo, adianta o baixista:

– Definitivamente estaremos por aí em breve – prometeu Quin.


LEIA OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA COM O BAIXISTA JESSE QUIN:

ZH — Você se tornou membro oficial da banda recentemente, apesar de já ter tocado em outros CDs do Keane. O que mudou na sua relação com o grupo?

Jesse Quin - Na verdade, não mudou muito. Desde que comecei a tocar com a banda, fui tratado como um real integrante. Agora, isso ficou oficial, eu acho. O Keane sempre teve uma linha de baixo pré-gravada e agora tem uma seção rítmica de baixo e bateria, que deixa o som mais energético.

ZH — O novo CD, "Strangeland", é mais parecido com o primeiro, "Hopes & Fears", do que os anteriores. A ideia do grupo era essa, de voltar ao começo?

Jesse Quin - Não creio. Acredito que tenha sido mais uma ideia de se reconectar com o que o Keane é. Somos uma banda cujos pontos fortes são a voz do Tom e as composições do Tim, com baixo, bateria e piano fazendo um som simples, mas poderoso. Acho que isso é que o Keane faz melhor. Depois de fazer "Perfect Simmetry", acho que todo mundo sentiu que seria divertido fazer um álbum mais baseado na própria banda.

ZH — Duas músicas do novo CD, "Sovereign Light Cafe" e "Disconnected' não são novas e já foram apresentadas em shows há pelo menos três anos. Houve alguma mudança para que elas fossem incluídas no álbum?

Jesse Quin - Por alguma estranha razão, essas músicas foram as duas mais difíceis de gravar e acertar de todo o álbum. Nós experimentamos bastante antes de ficarmos satisfeitos com elas. No entanto, outras músicas no álbum, como "On The Road", surgiram mais tarde e todas elas se conectaram rapidamente. Com a primeira música do álbum, "We are young", em que tudo funcionou e entendemos como ela deveria soar.

ZH — A maior parte do CD foi gravado no estúdio de Tim, no interior da Inglaterra. Como foi o processo?

Jesse Quin - Foi tranquilo. A única pressão era fazê-lo da melhor forma para nós. No estúdio, cercado de galinhas e vegetais, nós podíamos relaxar e ir para o pub no final do dia. Apesar de ser um lugar muito quieto e cheio de paz, acho que fizemos bastante barulho (risos).

ZH— Neste mês vocês começam uma nova turnê, com shows na Europa, Estados Unidos e Canadá. No Brasil há muitos fãs da banda e a última vez que vocês estiveram por aqui foi em 2009. Vocês desejam voltar neste ano?

Jesse Quin - Estamos tentando colocar em funcionamento um plano nesse sentido. Existem muitos lugares para ir e alguns dos mais legais são na América do Sul, em particular no Brasil. Então, definitivamente estaremos por aí em breve.

ZERO HORA
Alex Lake / Divulgação / Universal

Novo disco da banda Keane chega ao Brasil no dia 22 de maio
Foto:  Alex Lake  /  Divulgação / Universal


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