| 08/04/2012 19h23min
Profissional que foi a cara do programa 60 Minutes, da CBS, por quase 40 anos, o jornalista Mike Wallace morreu na noite de sábado, aos 93 anos, em New Canaan, no Estado de Connecticut, nos Estados Unidos. O anúncio foi feito neste domingo pela mesma rede CBS para a qual Wallace trabalhou a maior parte de sua vida. O apresentador ficou à frente do 60 Minutes de 1968 a 2006, voltando ocasionalmente para participações especialis até 2008. Em mais de 60 anos de carreira, Wallace entrevistou pelo menos quatro presidentes americanos e uma série de dirigentes internacionais. "Suas visitas eram antecedidas por quatro temidas palavras: Mike Wallace está aqui", informou o obituário da CBS. Com perguntas sempre incisivas, suas entrevistas foram essenciais para a boa fama e a credibilidade construídas em torno do 60 Minutes, programa que serve de referencial para a TV no mundo todo. Wallace foi representado no cinema, no thriller O Informante, de Michael Mann, interpretado por Christopher Plummer. Também foi citado na montagem teatral de Frost/Nixon, mas seu personagem foi cortado no filme homônimo de Ron Howard adaptado da peça. Mesmo após se submeter a uma cirurgia do coração, aos 90 anos, o jornalista disse que continuaria trabalhando enquanto pudesse, e foi em 2008 que fez sua última entrevista, já aposentado, com a estrela do beisebol Roger Clemens. A lista de entrevistados inclui Vladimir Putin, o aiatolá Khomeini (a quem não se esquivou de perguntar se estaria louco), Malcom X e o líder palestino Yasser Arafat. Ao membro da máfia Mickey Cohen, Wallace perguntou, ainda durante o programa Nightbeat: "Quantos homens já matou?". A informação consta do obituário produzido pela CBS News e escrito por Morley Safer, colega de Wallace no 60 Minutes. Safer contou ainda que Wallace quase foi às lágrimas ao entrevistar o pianista Vladimir Horowitz, que interpretou a canção The Stars and Stripes Forever. Era sua entrevista favorita. Já a referência de herói, para ele, estava na figura de Martin Luther King. Os feitos jornalísticos lhe renderam nada menos que 21 estatuetas do Emmy, o mais importante prêmio da televisão mundial. E, como lembrou Brian Stelter, jornalista de mídia do The New York Times, o histórico repórter queria que a sua epígrafe fosse direta ao assunto: "Duro, mas justo".
Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - ©
2009
clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.