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 | 20/12/2011 10h50min

Criação de orquestra em Joinville divide opiniões

Atual proposta de remuneração dos músicos e qualidade do grupo são os principal pontos de discussão

Rafaela Mazzaro  |  rafaela.mazzaro@an.com.br

O sonho de uma orquestra sinfônica em Joinville parece estar a um passo de se realizar, mas o projeto ainda divide muitas opiniões entre os músicos da cidade. Enquanto o projeto da Fundação Cultural de Joinville (FCJ) tramita na Câmara de Vereadores, as questões sobre a remuneração dos instrumentistas e qual será a qualidade do grupo permeiam as discussões.

As esperanças de se ter uma formação orquestral completa na cidade foi reacendida durante a última edição da Festa das Flores, quando o prefeito Carlito Merss anunciou publicamente os esforços para reativar as apresentações como as que ocorriam pela Orquestra Harmonia-Lyra, extinta na década de 1990. Na quinta-feira passada, Carlito encaminhou à Câmara a proposta, que, se aprovada, será vinculada à FCJ.

O presidente da FCJ, Silvestre Ferreira, não quis se manifestar sobre a iniciativa, pelo menos até que ela passe pelo crivo dos vereadores. Por enquanto, uma das definições do projeto é o pagamento dos integrantes por meio de uma bolsa-orquestra de R$ 650 (bolsa oficineiro para músicos que atuarem junto à comunidade) e R$ 450 (bolsa-músico).

Segundo o gerente de difusão e incentivo à cultura da FCJ, Lausivan Corrêa, que ficou responsável pela elaboração do projeto, a ideia chegou a ser apresentada a membros da Associação de Músicos de Joinville (Amuj) e representantes de instituições como a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.

— Montamos um modelo de orquestra com o que é possível no momento —, afirma Corrêa.

O atual presidente da associação de músicos, Anderson Dresch, acredita que a formação exige muitos cuidados. Segundo ele, Joinville não tem músicos suficientes para uma orquestra, por isso o convite deverá ser estendido para instrumentistas de outras cidades.

— O bom é que os músicos daqui poderão compartilhar a vivência com integrantes mais experientes —, reflete.

Já para a regente Fabrícia Piva, que também participou da reunião da FCJ, dificilmente um instrumentista profissional será atraído pelo valor da remuneração prevista no projeto.

— Esperamos uma orquestra em Joinville há bastante tempo, mas acho que realmente não precisamos de uma orquestra de estudantes —, enfatiza.

O regente Rafael Daniel Huch concorda com Fabrícia. Segundo o proponente do Projeto Prelúdio, o Despertar de uma Orquestra, o valor inicial para um músico da Orquestra Sinfônica do Paraná, por exemplo, gira em torno de R$ 3 mil.

— A proposta da FCJ é interessante, mas acho que teria que se discutir melhor que tipo de orquestra se quer —, acrescenta Huch.

A iniciativa não é inédita. Em 2009, o presidente da Amuj na época, José Antônio Mello, se reuniu com a Câmara de Vereadores com a intenção de levar adiante uma proposta similar.

— O projeto foi apresentado, a Câmara disse que havia recursos para manter a orquestra, mas acho que faltou interesse —, avalia Mello.

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