| 19/08/2011 08h42min
Daqui a 30 dias, a Conurb deve começar a instalar uma série de 30 lombadas físicas em ruas da Joinville. Os locais ainda não estão definidos, mas a licitação já foi lançada. Segundo o órgão, a demanda de pedidos para redutores de velocidade é grande e, depois de estudos no grupo de mobilidade urbana (GMob), formado pela Conurb, o Ippuj e a Seinfra, decidiu-se pela instalação em alguns locais.
O gerente de trânsito da Conurb, Marcelo Adriano Zgoda, explica que a instalação das lombadas será de forma gradativa.
— Teremos de cinco a sete em um primeiro momento. Depois, a gente vai estudar e analisar de que forma vamos continuar os trabalhos, até porque existem outras obras de trânsito na cidade —, afirmou.
Adriano sabe que a decisão é polêmica, mas diz que foi tomada depois de muito estudo.
— Alguns lugares nos permitem isso, principalmente nas ruas coletoras —, afirma.
Rua coletora é uma via de menor capacidade, que distribui o tráfego entre as ruas principais, usadas principalmente por ônibus.
Um exemplo de rua deste tipo em Joinville é a Conselheiro Arp, no bairro América. Em frente ao Colégio Tufi Dippe, no bairro Iririú, existe um redutor de velocidade semelhante às lombadas que a Conurb pretende instalar na cidade.
Uma das polêmicas do uso de lombadas físicas é que atrapalharia o deslocamento de viaturas de socorro. Mas o comandante dos bombeiros, Heitor Ribeiro Filho, diz que a corporação entende a situação e não vê problemas na instalação.
— Se isso vai acontecer é porque antes teve um estudo amplo. E se uma rua precisa de lombada é porque os motoristas não respeitam a velocidade —, contemporizou.
O Código de Trânsito Brasileiro, de 1997, proíbe “a utilização das ondulações transversais e de sonorizadores como redutores de velocidade”, mas a resolução 39 de 1998 regulamenta o uso, desde que tenha até 10 centímetros de altura.
As lombadas que serão licitadas são desta altura e de 3,7 metros de comprimento. O valor de cada sinalização está orçado em R$ 339,16, totalizando investimento de R$ 101.748.
Uma lombada física requer muito mais cuidado do motorista. Afinal, o maior prejudicado pode ser o veículo. Segundo o presidente do núcleo de reparação automotiva da Associação de Joinville e Região da Pequena, Micro e Média Empresa (Ajorpeme), Wilson Garcia, a suspensão pode ser a parte mais prejudicada se alguém passar por uma lombada em alta velocidade.
— Mas outras partes do carro também podem ser atingidas, como a proteção do cárter e até a estrutura do chassi pode ficar comprometida —, alerta.
O prejuízo com o carro pode ser maior até que uma multa de lombada eletrônica.
— Um jogo de quatro amortecedores pode variar entre R$ 500, nos modelos mais simples, até R$ 5 mil, para carros importados —, explica Wilson.
Especialistas afirmam que, no geral, as lombadas podem ser atravessadas em 30 km/h, mas quanto maior, menor a velocidade.
Juliano Caretta, técnico de uma empresas de amortecedores dá outras dicas.
— O motorista deve passar pelas lombadas com o veículo de frente. As rodas dianteiras devem estar alinhadas e atravessar o obstáculo simultaneamente, o mesmo acontecendo com as traseiras —, afirma.
Quando o condutor atravessa de lado, com uma roda de cada vez, faz com que os movimentos ocasionem folgas excessivas, ruído, empenamento e até o travamento da suspensão.
Em frente ao Colégio Tufi Dippe há uma lombada semelhante às que serão instaladas
Foto:
Diorgenes Pandini
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