| 29/09/2005 08h08min
Pouco antes de entregar um requerimento para instalar a CPI da conexão gaúcha do valerioduto – recebimento de dinheiro de agências do empresário Marcos Valério de Souza não-contabilizado pelo PT estadual –, na Assembléia Legislativa, o deputado Vieira da Cunha (PDT) foi surpreendido ontem pela retirada de quatro das 21 assinaturas colhidas na terça-feira.
Dos sete parlamentares do PMDB que haviam concordado com o pedido de abertura da investigação, o líder da bancada, Márcio Biolchi, e os correligionários Edson Brum, Kanan Buz e Álvaro Boessio voltaram atrás e retiraram as assinaturas. São necessárias pelo menos 19 assinaturas para dar início ao processo. Segundo Biolchi, depois de conversas com o senador Pedro Simon e deputados federais do PMDB, o grupo resolveu repensar o assunto.
– Aguardamos mais detalhes sobre o caso e o que exatamente é de competência da Assembléia. Não se trata de uma retaliação à iniciativa, mas de uma medida de responsabilidade – argumentou o líder.
As denúncias de envolvimento do PT gaúcho no esquema de financiamento via caixa dois surgiram no dia 1º de agosto. Depois de inicialmente negar a suspeita, dirigentes estaduais do PT admitiram a obtenção de R$ 1,05 milhão do empresário. O caso é investigado no Estado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Eleitoral.
Líder do PT, o deputado Adão Villaverde disse que a CPI da conexão gaúcha duplicaria investigações já conduzidas e que o momento não seria adequado para antecipar o debate eleitoral.
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