| 27/09/2005 16h47min
Em reunião da sub-relatoria de Fontes Financeiras da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, o advogado Rogério Tolentino confirmou ter comprado um apartamento no valor de R$ 115 mil de Ângela Saragosa, ex-mulher do deputado José Dirceu (PT-SP). Tolentino, que é sócio do empresário Marcos Valério, disse que soube que Ângela queria vender o apartamento e decidiu comprar apenas para investir.
O advogado disse também que o deputado José Mentor (PT-SP), relator da CPI do Banestado, recebeu R$ 120 mil como pagamento por serviço prestado para Marcos Valério. O pagamento teria sido feito pela empresa 2S Participações.
Segundo Tolentino, os contatos para a venda foram feitos por ele e que, por isso, Mentor tenha se confundido ao dizer que o pagamento teria sido feito pela empresa. O advogado explicou que o primeiro cheque pago a Mentor foi assinado por ele próprio, mas que o dinheiro foi ressarcido pela 2S. Como a primeira nota fiscal emitida foi da empresa de Tolentino, o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS) afirmou que o ato se configura crime fiscal.
Tolentino disse ter ido três vezes a Portugal acompanhado de Valério. Segundo o advogado, as viagens tinham objetivos comerciais e por isso houve vários encontros com a Portugal Telecom. A presença de Tolentino se justificaria para o caso de haver necessidade de explicar questões jurídicas que envolvem as empresas de Marcos Valério no Brasil. O ex-deputado Roberto Jefferson afirmou que Valério se apresentava em Portugal como representante do PT.
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