Em sinal de protesto pela cassação de seu mandato, o senador João Capiberibe (PSB-AP) apareceu hoje no plenário do Senado com uma fita adesiva colada na boca. Apesar de não ter explicado o motivo, o ato foi interpretado como um protesto por não ter tido direito a defesa. O senador já chegou ao plenário com a boca colada, sentou-se e assistiu à sessão não-deliberativa.

Ontem, o plenário Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a liminar que garantia a permanência no Congresso do senador e de sua mulher, a deputada Janete Capiberibe, também do PSB do Amapá. Acusado de compra de votos nas eleições de 2002, o casal teve seus mandatos cassados há mais de um ano pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas mantinha-se nos cargos por força de uma liminar concedida pelo ministro Eros Grau, do STF.

No recurso ao STF, os parlamentares alegaram que houve violação à Constituição, uma vez que o casal teria sido condenado baseando-se em "prova equívoca, incerta e duvidosa", apresentada por seu adversário político, o ex-senador Gilvan Borges, do PMDB. O casal foi derrotado por fatores processuais.

Os ministros do STF nem chegaram a julgar o recurso ajuizado por eles, pois concordaram que não poderiam analisar a cassação imposta pelo TSE sem antes analisar as provas do processo novamente. No entanto, não é tarefa do STF analisar provas.

Não há mais possibilidade de recorrer dessa decisão. O próprio advogado dos Capiberibe, Paulo Costa Leite, disse que não tentaria reverter a situação.

AGÊNCIA O GLOBO