Vereadores do município de Imbé, no litoral gaúcho, se defenderam hoje da cobrança dos moradores da cidade pedindo transparência dos parlamentares em relação ao aumento das diárias em 2005. A denúncia é alvo de investigação do Ministério Público.

Conforme o MP, as diárias de viagens dos vereadores de Imbé para outro Estado são 25% superiores a de um deputado estadual. O presidente da Casa, José Barbosa, afirma que o aumento das diárias é decorrente de uma alteração do salário, ocorrida em janeiro, e que foi publicado uma nota de esclarecimento na imprensa local. Atualmente, a diária do presidente do Legislativo para fora do Estado custa R$ 945 reais. O que ele ganha em um dia de viagem representa três vezes mais que um salário mínimo mensal.

Os vereadores alegam que os motivos das viagens são congressos e cursos de aperfeiçoamento aprovados pelo Plenário. No entanto, o ex-presidente e atual vereador João Carlos Maciel dos Santos relata que muitos destes cursos, feitos fora do Estado, são oferecidos em Porto Alegre.

Segundo a promotoria, em 2004, o próprio Maciel dos Santos, vereador reeleito, viajou nove vezes para fora do Rio Grande do Sul, gastando mais de R$ 30 mil. Maciel esteve em Porto Alegre 29 vezes. O vereador afirmou desconhecer a denúncia e a revolta da comunidade.

O  presidente da Câmara explica que cada vereador viajou apenas duas vezes neste ano e ele saiu do município por três oportunidades. As viagens foram para Brasília e Santa Catarina. Contudo, informações de dentro da Câmara informam que diárias foram gastas em locais como Camboriú, Florianópolis e também Foz do Iguaçu e Curitiba. O parlamentar, que teria gasto cerca de R$ 25 mil, destaca que o presidente tem um valor diferenciado, com diária de R$ 50 a mais que o normal.

O prefeito de Imbé, Jadir Fofonka, que repassa os recursos para a Câmara, prefere não comentar o assunto em função do bom relacionamento com o Legislativo.

RÁDIO GAÚCHA