| 18/09/2005 17h33min
O tesoureiro nacional do PT, deputado federal José Pimentel (PT-CE) votou neste domingo na sede do partido em Fortaleza, pouco antes do encerramento das eleições às 17h. Ele assumiu o cargo com o afastamento de Delúbio Soares. Para Pimentel, a crise interna do PT que atingiu os principais dirigentes e até integrantes do governo não é resultado de desvios morais, mas do sistema de financiamento de campanha do Brasil que é corrupto.
Segundo ele, muitas empresas não registram as doações para evitar filas de pedidos em suas portas e acusou que há também meia dúzia de maus empresários sonegadores.
– O sistema de contribuição eleitoral do Brasil é corrupto. Ou enfrentamos isso ou teremos dificuldades com o estado democrático de direito. Com um agravante, o narcotráfico voltou a financiar campanhas – disse.
– O problema no Brasil é o caixa dois – afirmou.
Ele citou como exemplos de alternativa o sistema norte-americano, onde o financiamento é um misto de público com privado.
José Pimentel não acredita em desvios morais dos ex-dirigentes do partido envolvidos em denúncias de caixa dois e acusados de gestão temerária. A dívida reconhecida pela atual executiva do partido foi de R$ 39 milhões. Ele disse que o ex-tesoureiro Delúbio Soares admitiu que os contratos de financiamentos, investigados pelas CPIs dos Correios e do Mensalão, foram feitos para cobrir despesas eleitorais.
– Nenhum petista melhorou de vida, exceto o Silvio Pereira (ex-secretário geral que recebeu um Land Rover Defender de presente da empresa GDK, que prestas serviços a Petrobrás) – afirmou.
Assim como tem dito o presidente Luís Inácio Lula da Silva, ressaltou que o governo não é conivente com a corrupção.
– Temos mais de 1.250 presos por corrupção: juízes federais, delegados da polícia federal, auditores, empresários e políticos, inclusive o (Paulo) Maluf.
Pimentel garantiu que em 18 meses todos os débitos vencidos
do partido estarão pagos. Ele não acredita que a crise
interna atrapalhe o Processo de Eleições Diretas com o aumento do número de abstenções. Para ele, nesses momentos as pessoas ficam mais abertas às novas propostas e alternativas.
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