| 16/09/2005 11h23min
Começou às 10h30min o debate entre os candidatos a presidente do PT na Rádio CBN. De acordo com as regras, o debate terá quatro blocos, sem interrupção. No primeiro bloco, o jornalista Heródoto Barbeiro comentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem colocado a atual política econômica com um grande sucesso e, se eleito presidente do PT, que mudanças iria propor.
Somente o ex-ministro Ricardo Berzoini defendeu a administração do presidente Lula. Para Raul Pont, professor de história e de ciências econômicas, a política econômica não está em sintonia com a base do partido. Ele disse que, evidentemente, é defensor da base monetária, que tem conseguido reduzir a inflação, mas não interessa, na sua avaliação, a política de juros altos, que favorece apenas parte da população. Segundo Plínio de Arruda Sampaio, a atual política econômica é absolutamente errada.
– É uma política neoliberal, que eu sou contra. Que não muda a política de Fernando Henrique Cardoso. Se eleito, vou dizer isso a Lula – disse Arruda Sampaio.
Para Valter Pomar, o governo Lula é superior ao de FH em vários aspectos, mas a política econômica precisa mudar. Segundo ele, a política deve gerar crescimento e igualdade social. Ele defendeu mais investimento público e a não transferência de recursos para o capital financeiro.
– É preciso convencer Lula de que é necessário alterar a política econômica – disse Pomar.
Markus Sokol, que contribuiu para a construção do PT, o governo frustrou eleitores que esperavam, por exemplo, a reforma agrária. De acordo com ele, o Brasil continua trabalhando para pagar dívida externa. Sokol defendeu também o término do superávit fiscal e primário.
– Enquanto não mudar isso, dificilmente vamos ter direito à reforma agrária – afirmou Sokol.
Já Ricardo Berzoini disse que é preciso verificar o estado em que Lula recebeu o país, com a credibilidade em frangalhos. Para ele, o presidente Lula teve grande competência para colocar o país no caminho certo, de credibilidade. Berzoini citou vários benefícios da política de Lula.
Sobre a estratégia para recuperar as finanças do partido, outra pergunta de Heródoto, Plínio de Arruda Sampaio disse que se eleito vai propor uma auditoria e verificar os empréstimos.
– Dependendo, vamos sentar com os credores e pedir prazo para pagar isso. O que não for estatutário não temos que pagar. O banqueiro que não sabe emprestar perde o cargo. É a mesma coisa com o Brasil. O Brasil tem dívida grandiosa. O Brasil não tem porque pagar dívida que não é correta – disse Plínio de Arruda Sampaio.
A candidata Maria do Rosário também defendeu o começo de uma auditoria para verificar as dívidas reais do partido.
Valter Pomar afirmou que o PT tem capacidade de gerar recursos próprios. Segundo ele, prevaleceu nos últimos tempos a busca de recursos junto ao empresariado.
– O que vamos propor é voltar ao que era antes, sem contrair dívidas de maneira ilegal. Estabelecer controle coletivo sobre receitas. O tesoureiro não pode ser o último a saber que destino terá o recurso – disse Pomar.
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