Depois de provocar a retirada de Tarso Genro da disputa pela presidência do PT, a presença do deputado federal José Dirceu (SP) na chapa moderada do Campo Majoritário para o diretório da sigla pode causar novas baixas. A portas fechadas, o senador Aloizio Mercadante (SP) condiciona sua participação na chapa à saída de Dirceu.

Senador com maior votação absoluta da história da República, com cerca de 10 milhões de votos, Mercadante integra, com o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda, e o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, um grupo que negocia o afastamento de Dirceu.

Embora discordem da tática empregada por Tarso, que deu ultimato para Dirceu se afastar, os três tentam convencer o ex-ministro e a maioria de que não há condições políticas para sua permanência na chapa. Ressaltam que uma eventual desistência não representaria prejulgamento, mas uma forma de retirar a chapa do foco da crise.

O assunto deve esquentar até quint, véspera da reunião do Campo Majoritário, em São Paulo, para bater o martelo sobre a composição da chapa. Os apoiadores de Dirceu justificarão que sua permanência na disputa não significa a participação automática do ex-ministro na cúpula do partido a ser eleita.