| 26/08/2005 21h30min
O sócio da corretora Bônus-Banval Enivaldo Quadrado desmentiu nesta sexta a versão apresentada à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios pelo empresário Marcos Valério de Souza.
Enquanto o publicitário alegou ter investido R$ 3,5 milhões por meio da corretora, Quadrado afirmou que o valor chega a R$ 6,5 milhões.
A maior parte do dinheiro foi utilizada para investimento no chamado ouro físico – o mineral em barra. Os rendimentos teriam sido resgatados e transferidos, por intermédio de operações bancárias, a beneficiários escolhidos por Marcos Valério. Essas pessoas ainda não foram identificadas pela Bônus-Banval.
A versão foi apresentada à Polícia Federal (PF) em um depoimento que durou mais de seis horas. Quadrado entregou aos policiais cópia da movimentação financeira comprovando os valores dessas operações. Os documentos passaram a integrar o inquérito que investiga o pagamento de mesada por parte do governo a parlamentares aliados.
O sócio da Bônus Banval prometeu encaminhar os nomes dos beneficiários dos resgates à PF até quarta.
De acordo com o depoimento, o dinheiro foi investido pela empresa Natimar Negócios e Intermediações Ltda, que integrava a lista de clientes da Bônus-Banval. Como a Natimar não tinha permissão para operar na Bolsa de Mercados e Futuros (BMF), os investimentos em ouro eram feitos em nome da corretora.
Quadrado contou à Polícia Federal que foi apresentado a Marcos Valério pelo deputado José Janene (PP-PR) no ano passado, quando a Bônus-Banval estava passando por dificuldades financeiras. Valério demonstrou interesse em adquirir a corretora. Por isso, Quadrado alegou ter se sentido na obrigação de agradar o empresário e, no período de seis meses, teria feito o "favor" de efetuar saques no valor de R$ 605 mil para Valério.
O dinheiro, que teria sido retirado da sede do Banco Rural, em São Paulo, foi entregue ao empresário, segundo Quadrado. Como Marcos Valério teria desistido de comprar a Bônus Banval, a crise financeira da empresa teria resultado em seu fechamento em setembro do ano passado.
Após o depoimento, a versão do doleiro Toninho da Barcelona de que a Bônus Banval teria enviado dinheiro para o Exterior a pedido do ex-ministro José Dirceu pode ter enfraquecido. Isso porque Quadrado teria apresentado documentos comprovando que a corretora não operava dessa forma. A PF acredita na veracidade de grande parte das informações prestadas por Quadrado, já que a maioria delas foi subsidiada por documentos.
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