| 24/08/2005 17h46min
Parlamentares da oposição e do governo avaliaram hoje a mais recente pesquisa Ibope. Todos os políticos ouvidos concordam que a crise política finalmente atingiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém analisam futuros distintos para o processo.
– A queda da popularidade do presidente é reflexo do atual momento. É evidente que a crise causou um impacto. Porém, eu acredito que haverá uma recuperação. O governo ainda tem muito a mostrar, principalmente os resultados da economia – afirma o deputado Jorge Bittar (PT-RJ).
O senador Jefferson Péres (PDT-AM) concorda em parte com a análise de Bittar. O parlamentar amazonense disse que previa a queda da popularidade de Lula desde o mês passado, quando as denúncias contra o governo ganharam mais força.
– Eu sabia que essa queda iria ocorrer mais cedo ou mais tarde. Era uma questão de tempo. O povo demora um pouco para assimilar as informações. Creio que, com a seqüência das investigações, essa tendência vai continuar – disse o senador.
O PSDB foi o partido que mais comemorou o resultado da pesquisa. Além de assistirem à queda da popularidade de Lula, os tucanos festejaram as ascensões do prefeito de São Paulo, José Serra, e do governador Geraldo Alckmin. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) avaliou as chances dos dois:
– O crescimento do Serra é natural porque ele foi o candidato adversário de Lula. Contudo, ele tem como empecilho o fato de ser prefeito de uma cidade problemática como São Paulo. Geraldo Alckmin é bem avaliado porque faz um governo marcado pela correção e pela ética, porém precisa ser mais conhecido fora de São Paulo.
Apesar do crescimeto de nomes do PSDB, o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), prefere que o partido alie-se ao PMDB. No entanto, não admite possibilidade de acordo com o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, pré-candidato do partido.
- Não queremos voltar a ser coadjuvantes como aconteceu durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Por isso, precisamos buscar um acordo com o PMDB. Mas tem de ser com o legítimo MDB – disse, sem mencionar o nome de Garotinho, que filiou-se ao PMDB há apenas dois anos.
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