| 24/08/2005 09h17min
Suspeita de pagar propina mensal de R$ 50 mil ao ex-prefeito de Ribeirão Preto Antonio Palocci, hoje ministro da Fazenda, a empresa Leão&Leão assinou um contrato de R$ 41,6 milhões com a prefeitura para operação de aterro sanitário e coleta de lixo reciclável em 2002.
O documento não foi citado pelo ministro em entrevista coletiva no domingo. Durante as duas horas e 11 minutos em que falou a jornalistas, em Brasília, Palocci referiu-se a um contrato anterior, assinado em 1999 pelo antecessor, Luiz Roberto Jábali (PSDB), no valor de R$ 50 milhões, e a outro, emergencial, para "coleta de galhos".
– Eu quero dizer que, no caso de Ribeirão Preto, não fui eu que fiz a licitação para essa empresa (Leão&Leão) fazer o saneamento e a coleta de lixo. Ela (a licitação) foi feita um ano ou dois anos antes do meu governo – disse Palocci no domingo.
O contrato que Palocci não citou foi o primeiro aberto pelo Departamento de Águas e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) em 2001, primeiro ano de seu segundo mandato, mas que só foi concluído em 2002, após questionamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O tribunal orientou a prefeitura a mudar o edital, já que ele restringia a participação de empresas em um de seus itens. A alteração foi feita, e a Leão&Leão, que já vinha fazendo o serviço de maneira emergencial, venceu a disputa. O contrato, aprovado pelo tribunal, tem validade até fevereiro de 2007.
Em resposta ao prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), que em seu blog (cesarmaia.blogspot.com) acusou Palocci de omitir o contrato de 2002, o Ministério da Fazenda lançou nota na segunda-feira justificando a atitude do ministro.
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