| 09/08/2005 15h56min
Além de atacar os deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP), o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza comprometeu ainda mais o presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), em seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito do Mensalão.
Valério apresentou uma lista, com 79 nomes de pessoas que teriam participado da chapa tucana na eleição ao governo de Minas Gerais, em 1998, e que teriam efetuado saques em suas contas. A entrega do documento foi, de certo modo, comemorada por integrantes da base governista. Segundo o vice-presidente da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a apresentação da lista confirma o esquema tucano operado por Valério em 1998:
– Está provado. O esquema Azeredo existiu. Cláudio Mourão (tesoureiro do PSDB em 1998) era à época o Delúbio Soares de hoje. Agora a CPI tem de convocá-lo. O mesmo vale para o senador Azeredo. Ele ainda deve mais explicações – afirmou Pimenta.
O
parlamentar petista, porém, desconfia do total
de recursos. Ele alega que os 79 nomes apresentados por Valério foram beneficiados com cerca de R$ 1,8 milhão, mas o empresário admite ter doado à campanha tucana R$ 15 milhões à época. Pimenta quis saber também se o esquema existiu em 2000 e 2002, fato negado por Valério.
Outra dúvida dos deputados é saber por que Marcos Valério manteve o esquema em 2003, apesar de dizer que teve prejuízos em 1998. O publicitário negou o sistema de repassar recursos na transição do governo Fernando Henrique Cardoso para Luiz Inácio Lula da Silva, no final de 2002, mas confirmou os empréstimos para o PT pagar gastos da campanha eleitoral em 2003.
O líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande (PSB-ES), avaliou que as informações recém-apresentadas são importantes, mas carecem de verdade.
– Não dá para acreditar. Ele precisaria de mais motivos para fazer as mesmas operações. O empresário desse tipo não pode ser tão ingênuo – disse Casagrande.
As informações são da Agência O Globo.
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