| 26/07/2005 17h17min
Um dia depois de um forte estresse no mercado de câmbio, o dólar interrompeu uma seqüência de cinco altas consecutivas e fechou em baixa de 0,48%, cotado a R$ 2,448 na compra e R$ 2,450 na venda. No início do dia, a cotação chegou a subir mais de 2%, superando a marca dos R$ 2,51. O risco-país brasileiro subiu 0,96% e fechou aos 422 pontos centesimais.
Na segunda-feira, a moeda americana havia disparado 3,39%, como reflexo de ajustes feitos por tesourarias bancárias e investidores estrangeiros. A sessão de recuperação teve início com a constatação de que o depoimento de Renilda Souza, mulher do publicitário Marcos Valério, não faria denúncia nenhuma sobre o suposto esquema do mensalão, do qual seu marido é acusado de ser o operador.
– No final da manhã, a notícia de que o Tesouro Nacional não irá comprar dólares durante o período de instabilidade teve efeito imediato sobre as cotações. É uma notícia já esperada, mas o mercado reagiu positivamente ao saber que haverá um grande comprador a menos – disse um gerente de mesa de um grande banco.
Segundo Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da corretora NGO, não houve na segunda-feira o chamado "efeito manada" no mercado. Para ele, acontece uma diminuição de posições fortemente especulativas, já que eram grandes as apostas na queda do dólar.
As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa, devolvendo parte da alta da véspera. A recuperação dos demais mercados reduziu, pelo menos temporariamente, o temor de uma contaminação dos fundamentos econômicos pela crise política.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 19,61% ao ano, contra 19,64% do fechamento de segunda-feira. O DI de janeiro de 2006 teve taxa de 19,11%, abaixo dos 16,17% anteriores. A taxa do DI de janeiro de 2007, o mais negociado, recuou de 18,12% para 18,01%.
A taxa Selic está hoje em 19,75% e vem sendo mantida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nos últimos três meses. Nesta quinta-feira o comitê irá divulgar a ata da sua última reunião, na qual haverá detalhes sobre a manutenção da taxa e possíveis sinais sobre o futuro da política monetária.
– Há grande expectativa pela divulgação da ata, mas o mercado entende que a depreciação do cenário político pode alterar fundamentos econômicos, que por enquanto ainda são muito positivos. Não há indicação que haja um adiamento da queda dos juros, esperada para agosto ou setembro – disse Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin.
As informações são da Agência O Globo.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.