| 25/07/2005 17h42min
O temor de que novas denúncias em Brasília atinjam diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, derrubou hoje a blindagem que vinha sendo mantida à economia brasileira. Em dia tenso, o dólar disparou 2,66% e fechou valendo R$ 2,460 na compra e R$ 2,462 na venda. Trata-se da maior alta percentual em um dia desde 31 de maio do ano passado, quando a divisa subiu 3,23%. A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 3,39%. Apesar do estresse, o risco-país conseguiu se manter equilibrado e fechou em 418 pontos centesimais, com alta de um ponto.
Durante a tarde um aumento súbito na pressão compradora forçou uma disparada do dólar. A puxada é atribuída ao movimento chamado de "stop loss", que ocorre quando administradores de carteiras se vêm obrigados a mudar seu posicionamento no mercado, porque já atingiram o limite de perdas estabelecido. Em meio à incerteza, as tesourarias bancárias promovem a zeragem de posições vendidas, que mantinham com convicção antes da crise política.
Lula foi destaque hoje no editorial do jornal britânico Financial Times. O jornal diz que Lula, "eleito para tornar o Brasil e o seu governo mais eficientes, limpos e justos, parece estar fracassando em todos esses objetivos". Além disso, o FT afirma que o escândalo de corrupção atual no Brasil é o mais sério desde o "impeachment e a renúncia do presidente Fernando Collor". "O presidente (Lula) precisa agir com urgência para resolver uma crise política que poderia contaminar a economia brasileira", diz o jornal.
Para piorar, o resultado da balança comercial, que vinha sustentando a tendência de baixa do dólar, teve uma queda significativa na última semana. Segundo dados divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, o superávit comercial brasileiro somou US$ 343 milhões na quarta semana de julho, volume 65% inferior ao da terceira semana do mês.
Apesar da crise política no Brasil, o saldo de investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo nos primeiros 20 dias de julho está positivo. No período, os estrangeiros deixaram R$ 1,040 bilhão na Bovespa. O saldo positivo mostra que pelo menos até o dia 20 a crise política ainda não havia gerado um movimento de fuga de recursos de investidores estrangeiros, como se desconfiava. O saldo positivo foi resultado de compras de R$ 6,314 bilhões e de vendas de R$ 5,273 bilhões. No acumulado do ano, o saldo de investimento estrangeiro está positivo em R$ 1,539 bilhão.
As informações são da Agência O Globo.
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