| 08/06/2005 07h45min
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), defendeu nessa terça dia 7, a instalação de uma CPI para investigar as denúncias de pagamento de mesada a deputados e culpou indiretamente o governo pelo agravamento da situação política.
– Repilo veementemente a tentativa daqueles que pretendem lançar sobre os ombros do Poder Legislativo a responsabilidade exclusiva pelas dificuldades políticas do momento – disse.
Mas Severino afirmou que o Congresso foi atingido pelas possíveis irregularidades apontadas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ):
– A semente da atual crise não brotou no Congresso. Ela germinou alhures, cresceu, e seus tentáculos insidiosamente se estenderam, é verdade, e alcançaram o Poder Legislativo.
Durante reunião com os líderes de todos os partidos na Câmara, Severino rejeitou a idéia de que o ritmo de trabalho dos deputados depende do pagamento do mensalão.
– Refuto com indignação afirmação recente no sentido de que a maior ou menor eficiência do Legislativo esteja relacionada à obtenção de vantagens ilícitas – afirmou.
Severino acrescentou que "a sociedade brasileira deve permanecer vigilante, apontando e denunciando omissões, erros e desacertos". Antes da reunião, Severino demonstrou irritação durante entrevista coletiva improvisada em um dos salões da Câmara. Lembrado de que declarara ter ouvido falar da denúncia do mensalão e questionado sobre as providências que tinha tomado, ele reagiu:
– Havia rumores. Não encontrei nada que mostrasse se era compra de consciência.
– Mas que tipo de investigação o senhor fez? – insistiu um repórter.
– Procurei consultar vários parlamentares e cheguei à conclusão de que não tinha havido a compra – respondeu o presidente da Câmara.
Indagado se essa consulta tinha sido formal, Severino decidiu encerrar a entrevista e foi embora.
As informações são do jornal Zero Hora.
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