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Pai se acorrenta em escola para pedir fim da greve em Caxias do Sul

Protesto em frente à Escola Presidente Vargas inclui greve de fome

Para protestar contra a greve dos professores, o vendedor autônomo Carlos Frederico Signorini, de 53 anos, pai de duas alunas da Escola Estadual Presidente Vargas, em Caxias do Sul, resolveu acorrentar-se ao portão do colégio. Com um cartaz no pescoço o identificando apenas como "pai", Signorini garante que vai permanecer no local sem comer até que as aulas sejam retomadas. 

O vendedor diz que os dias que deixará de trabalhar por causa do protesto farão muita falta no orçamento da família (tem mulher e duas filhas), mas entende que o motivo que o levou para a frente do colégio é mais importante. O pai resolveu protestar na manhã desta segunda, dia 5, depois que uma de suas filhas, que têm 8 e 12 anos, retornou da escola com a notícia de que as aulas não haviam recomeçado. Indignado com a informação, saiu de casa sem tomar café da manhã, com uma corrente, uma garrafa de água e papelão para poder sentar:

– Estou aqui porque os professores fazem greve desde 1980, e os únicos prejudicados são os alunos, porque a qualidade da educação está cada vez pior. Não acho direito que os estudantes fiquem reféns da política do governo e da insensibilidade dos professores – justifica.

O diretor do Presidente Vargas, Rafael Nunes, diz que ficou preocupado com a iniciativa do pai, mas afirma que sua atitude não vai mudar a decisão dos professores da escola, que está totalmente paralisada. Segundo Nunes, se depender do colégio, Signorini terá de ficar acorrentado pelo menos até quarta, quando será realizada nova rodada de negociações entre o comando de greve e o governo:

O presidente do 1º Núcleo do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), Pedro Silvestrin, também defende que o protesto não vai mudar a posição dos professores, que dependem de decisão da categoria a ser tomada em assembléia.

– Eu acho que esse pai está equivocado sobre os professores. Ele deveria se juntar aos grevistas para reivindicar melhores condições nas escolas e melhores salários, porque a qualidade do ensino depende também da remuneração dos professores – destacou Silvestrin.

Com informações do Pioneiro.

 
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