O governo do Estado não conseguiu demover na manhã desta sexta, dia 19, os servidores da segurança da decisão de iniciar paralisação na próxima segunda, dia 22. Em reunião marcada pela exaltação de ambas as partes, o chefe da Casa Civil Alberto Oliveira expôs mais uma vez as dificuldades financeiras enfrentadas pelo RS para justificar a ausência de proposta de reajuste. Decepcionadas, as entidades representantes da  Brigada Militar, Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias (IGP) e Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) saíram do encontro reforçando a intenção de greve.

Conforme o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, Leonel Lucas, nenhuma proposta foi apresentada pelo Piratini. Os servidores reivindicam reajuste de 28% e protestam contra o parcelamento dos salários. Já o secretário Alberto Oliveira declarou que a conversa tinha por objetivo a manutenção do diálogo. O governo não tinha a intenção de apresentar uma contraproposta, pois não possui recursos para isso. O secretário da Segurança José Otávio Germano reiterou que espera sensibilidade dos servidores por entender que não é momento para greve. Outros três integrantes do primeiro escalão do governo participaram do encontro.

Em reunião da categoria na quinta, dia 18, os servidores definiram as estratégias que serão adotadas durante a paralisação. A partir da 0h de segunda, dia 22, a Brigada Militar realizará operação padrão, com rigor no cumprimento de carga horária. Não serão utilizados equipamentos e viaturas que apresentem qualquer tipo de irregularidade.

Durante a greve, será mantido um total de 30% do efetivo de Polícia Civil, IGP e Susepe. A greve deve afetar ocorrências nas delegacias, trabalho de investigação e transporte de presos. A Polícia Civil, por exemplo, realizará flagrantes somente de homicídios, estupros e casos de maior gravidade. O IGP só fará laudos de necropsia.
 
Os servidores da segurança pública também definiram protestos que serão realizados na próxima segunda em praças no interior do Estado, além de um ato público, marcado para as 8h em frente ao Palácio da Polícia na avenida João Pessoa esquina com avenida Ipiranga, em Porto Alegre. Haverá piquetes também nas delegacias, presídios e no Instituto Geral de Perícias.

As informações são da Rádio Gaúcha.