| 19/02/2004 19h05min
O senador Magno Malta (PL-ES) prometeu manter o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, mesmo se for preciso enfrentar a cúpula do PL – partido da base de apoio do governo federal. Malta desmentiu os boatos de que a CPI teria sido montada junto com o Palácio do Planalto para evitar investigações mais profundas sobre as denúncias contra o ex-assessor da Presidência Waldomiro Diniz.
– Não retiro a CPI de jeito nenhum. Isso aqui não é CPI para isentar o Waldomiro. É CPI para investigar a contravenção e o Waldomiro que está a serviço dela – disse Malta.
O senador esteve ontem com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, de quem Waldomiro foi colaborador. Ainda, assim, o encontro não o fez mudar de opinião quanto à necessidade de instalação da CPI dos Bingos. Malta argumenta que, apesar de ser aliado do governo, não pode fechar os olhos para o crime registrado na fita divulgada pela revista Época da semana passada.
– Eu sou aliado, mas tenho que agir com
minhas convicções. Não sou subserviente e acho que a melhor maneira de esclarecer tudo é investigar – disse.
Malta negou que esteja sendo pressionado a desistir da CPI ou que tenha recebido alguma proposta como moeda de troca pela instalação da comissão. O senador esteve hoje no Ministério das Comunicações. Daí as especulações de que ele estaria recebendo promessas de concessões de rádio para recuar na CPI.
O senador convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o caso, durante a qual saiu várias vezes em defesa do ministro José Dirceu.
– Não tenho razão nenhuma para desacreditar do ministro Dirceu. Tenho por ele o mesmo apreço, a mesma consideração, amizade – afirmou.
Segundo ele, o ministro é importante para o Brasil e importante para o governo Lula. Para o senador, houve um exemplo clássico de traição entre amigos. Malta ainda garantiu que, no caso de o requerimento para a CPI ser rejeitado, ele vai
contestar a decisão da Mesa Diretora.
– Se isso
acontecer ficarei muito triste, mas vou conversar com meus técnicos porque acho que o fato é a contravenção. Não sou doutor em CPI, mas o fato está na cara de todo mundo. Isso está claro no requerimento – disse. Malta vai dar entrada no pedido da CPI depois do carnaval para conseguir o máximo de assinaturas possíveis.
Até o momento, ele afirma ter 33 assinaturas para a abertura da CPI, seis a mais que o mínimo de 27 exigidas pelo regimento do Senado. O senador Cristovam Buarque (PT-DF), ex-ministro da Educação, é um dos signatários. No texto apresentado pelo senador capixaba à imprensa constavam apenas as 27 assinaturas mínimas. As demais, segundo Malta, estão com a senadora Heloísa Helena (sem partido-AL), parlamentar recentemente expulsa do PT, que também trabalhou pela coleta de nomes.
Com informações da Agência Brasil.
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