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 | 17/02/2009 21h26min

TJD mantém punição ao Vasco e assessor jurídico diz que vai recorrer

Clube perdeu seis pontos na Taça Guanabara por escalar Jéferson contra o Americano

O Vasco foi derrotado novamente no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) nesta terça-feira, por ter escalado o meia Jéferson de maneira irregular na partida contra o Americano no dia 24 de janeiro, pela primeira rodada da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca. O departamento jurídico do clube de São Januário não conseguiu convencer o Pleno de que o jogador estava inscrito no campeonato e foi derrotado por 7 votos a 1.

Com o resultado, o Vasco está fora das semifinais do primeiro turno. Além da derrota, o clube ainda corre o risco de ser denunciado no artigo 231 do CBJD (pleitear, antes de esgotadas todas as instâncias da Justiça Desportiva perante o Poder Judiciário).

Embora o presidente Roberto Dinamite afirme que ainda vai discutir com os advogados do Vasco a possibilidade de recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o assessor jurídico do clube, Luiz Américo, deixou claro que ainda não desistiu.

– Sem dúvida nenhuma, não vamos desistir. Vamos aguardar a boa interpretação do que está escrito no regulamento para dar ao Vasco o que merece. Vamos buscar o que é de interesse do clube – declarou.

Principal beneficiado da decisão, o Resende comemorou o resultado. Para o presidente do clube, Ricardo Tufick, a Justiça foi feita.

– O peso da Justiça vale para os dois lados. Eu cumpri a regra. Está claro na Justiça que o Vasco está errado. Eu desaprovo se o clube levar o caso ao STJD – disse o dirigente, segundo o site Globoesporte.com.

No primeiro julgamento, na última quinta, o clube foi punido pela Quarta Comissão Disciplinar com a perda de seis pontos. Quatro auditores acataram a acusação da procuradoria do TJD contra um, que deu ganho de causa ao Vasco. Com a punição, o time passou a somar apenas cinco pontos na Taça Guanabara. Com o triunfo sobre o Madureira, no último domingo, o time chegou aos oito pontos. Mesmo assim, acabou eliminado do primeiro turno da competição.

Durante a preliminar do julgamento, o Vasco teve sua primeira derrota. O clube tentou alegar a ilegitimidade do Fluminense como terceiro interessado no processo, uma de suas principais armas para o recurso, mas foi negado pelos auditores. A defesa vascaína também apostou na falta de provas da irregularidade do jogador, já que não houve o Boletim Informativo de Registro de Atletas (Bira) do dia 23, e também no fato de ter apresentado um fax com a cópia da liminar que dava direito ao jogador de atuar.

Em um julgamento longo e tenso, marcado pelas provocações entre os simpatizantes de ambos os lados e pelos gritos dos torcedores vascaínos na porta do TJD-RJ, o Vasco teve problemas para convencer os auditores do embasamento da defesa. Os advogados Oswaldo Sestário e Mariju Marciel fizeram um discurso inflamado, mas insuficiente para sensibilizar o pleno. Mais sereno, o advogado do Fluminense, Márcio Bittencourt, relembrou casos como dos atacantes Leandro Amaral e Dodô, que não foram escalados pelo clube das Laranjeiras até estarem aptos a entrarem em campo.

O advogado tricolor apontou as irregularidades vascaínas no caso. Para ele, o clube tinha ciência de que não poderia escalar Jéferson na partida contra o Americano. O principal argumento é de que, se o clube desconhecesse, não teria ido ao Ministério do Trabalho tentar regularizar o jogador.

Assim como o advogado do Tricolor, o procurador Rogério Calazans apresentou ao Pleno a irregularidade da escalação de Jéferson. De acordo com Calazans, absolver o clube de São Januário seria desrespeitar o regulamento do campeonato.

O primeiro voto foi do relator do processo, Sérgio Saraiva. Ao elogiar a procuradoria, ele relembrou que o atleta só foi regularizado no dia 28. Em um longo discurso, o relator disse que faltou cautela ao Vasco por não ter se antecipado à regularização, e votou contra o recurso vascaíno.

Os auditores Jorge Antônio Augusto, Daniel De Marco, Jorge Lira, Márcio Amaral, Edécio Nogueira e o presidente do Pleno, Antônio Vanderler, acompanharam o voto do relator. Henrique Marques foi o único a votar a favor, o que não foi suficiente para realizar o sonho vascaíno.

 
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