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 | 23/12/2008 22h46min

Mesmo com derrota, Boca Juniors é campeão argentino

Time treinado por Carlos Ischia foi derrotado por 1 a 0 pelo Tigre

Atualizada em 24/12/2008 às 05h17min

Por pouco o Natal do jovem goleiro Javier García, 21 anos, não foi trágico. Terça-feira à noite, ele voltou a falhar no gol sofrido pelo Boca Juniors na decisão do triangular extra do Torneio Apertura, a decisão do Campeonato Argentino. O Boca perdeu por 1 a 0 para o Tigre, mas pôde comemorar o título por vantagem no saldo de gols. Depois do gol, García chorou. Chorou tanto que teve de ser substituído por Josué Ayala.

Aos 22 minutos do segundo tempo de uma decisão nervosa, García saiu mal do gol e permitiu o gol do Tigre — que se sagraria campeão se marcasse outra vez e garantiria vaga na Libertadores. Então, Garcia, em choro convulsivo, foi para o banco.

Passou o restante do segundo tempo torcendo para que, ao menos, o resultado ficasse no 1 a 0. Por quase meia hora, viveu o drama, como havia acontecido no sábado contra o San Lorenzo. García levou um frango pelo meio das pernas em chute de Solari.

Veja o lance do gol de lázzaro após falha do goleiro Garcia

Após o gol, o jogo de terça-feira ficou ainda mais nervoso. Os dois times passaram ao ataque e, a cada lance, havia uma ameaça de gol.

No primeiro tempo, porém, Boca e Tigre pareciam Grêmio e Inter em jogo truncado e ríspido. O Tigre pressionava, corria atrás do Boca e da bola. O Boca defendia-se, trocava passes, fazia um jogo catimbado.

E o primeiro tempo terminou sem que ninguém conseguisse ao menos criar alguma condição clara de gol.

O segundo tempo foi diferente. Com mais vigor e pressa, o Tigre lançou-se com vontade contra a defesa do Boca. Ao melhor estilo do time que recém subiu para a elite do futebol (em 2007), do tipo que não tem compromisso e nem sofre pressão da torcida, uma espécie de São Caetano, o Tigre era temido como o time que durante o campeonato já havia batido, na casa deles, os dois adversários do triangular.

Chegavam os 22 minutos da segunda etapa e o Tigre fustigava o Boca na sua grande área. A cada chute para dentro da área, as cabeças dos zagueiros do Boca tratavam de aliviar o perigo. Mas a confiança em Javier García traiu os zagueiros do Boca. A bola viajou da intermediária, veio da esquerda e não parecia oferecer perigo.

Javier García ia ao encontro dela e dificilmente deixaria de ficar com ela. Vinha lenta e alta. Haveria de ser dele. Rápido como o bom centroavante tem que ser, Lázzaro, o número nove do Tigre, correu ao encontro do lance e chegou antes. Ao tocar de cabeça para as redes, Lázaro fez García cair em desgraça.

O goleiro caiu em lágrimas. Teve de ser substituído pelo terceiro goleiro da equipe. Josué Ayala entrou para garantir a derrota por 1 a 0 e a taça.

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