Após uma noite de sono tranqüilo, sem o tradicional espocar de foguetes das madrugadas porto-alegrenses, o Grêmio realizou neste sábado o último treino antes da decisão contra o Vitória, que ocorre no domingo. Às 11h (10h no horário baiano), os jogadores já estavam em campo no Centro de Treinamentos do Bahia, o Fazendão, na cidade de Lauro de Freitas, ao lado de Salvador.

Celso Roth apenas realizou um treino recreativo, para que os jogadores tirassem o cansaço da viagem de sexta-feira. Nas improvisadas arquibancadas do Fazendão, cerca de 15 torcedores gremistas davam força ao time. Todos estarão no Barradão neste domingo. No grupo, dois amigos gaúchos que trabalham e vivem em Salvador.

Mário Patan, 36 anos, natural de Santo Ângelo, e Márcio Luchini, 35, de Veranópolis, estavam juntos também em 2004 quando viram o Grêmio perder por 2 a 0 para o Vitória, no Barradão, e praticamente selar as chances de permanência na Série A — o rebaixamento ocorreria dias depois, em Erechim, no empate em 3 a 3 com o Atlético-PR.

— Lembro que saí na capa da Zero Hora no dia seguinte ao jogo em Salvador, chorando abraçado à bandeira — recorda o supervisor de vendas Luchini, que vive na capital baiana há 13 anos. — Foi um dos dias mais tristes da minha vida — acrescenta.

Por tudo isso, o jogo de amanhã, quando o Grêmio terá a oportunidade de encaminhar o título — caso o São Paulo tropece em São Januário —, é tratado pela dupla como uma forma de exorcizar os fantasmas.

— Desta ver espero ter boas lembranças daqui. Aposto em um 2 a 0, gols de Tcheco e Marcel — aposta Patan, que também trabalha com vendas em Salvador.

Nomeado para o consulado do Grêmio na Bahia, Patan foi responsável pela compra de ingressos para 30 torcedores. Garante que pelo menos 2 mil gremistas estarão no estádio amanhã.

— Será a invasão da vitória, não do Vitória — avisa.