O som da cantora norte-americana Beyoncé, tocado a todo volume, denunciava a descontração no vestiário do Grêmio no domingo. Evidente: depois dos resultados favoráveis de sábado, ficou mais agradável sorrir na casa do líder do Brasileirão, mesmo com treino sob chuva. Melhor assim para quem vai encarar uma pequena decisão contra o Cruzeiro, quarta-feira, no Mineirão.

A ordem é evitar a empolgação. Depois da secação de sábado, quando os concorrentes Palmeiras e Cruzeiro foram derrotados, uma alegria se instalou no Olímpico. Escorado na porta da sala de imprensa, o gerente de futebol, Rodrigo Caetano, adverte:

– Só depois de quarta-feira vamos ver se o sábado valeu a pena. Temos que fazer nossa parte lá (em Belo Horizonte).

Verdade. Com quatro pontos de vantagem sobre o Cruzeiro, terceiro colocado, o Grêmio pode virtualmente eliminar o adversário com uma vitória no Mineirão. Este é o objetivo: empate fica em segundo plano, ainda que não represente o pior dos resultados.

– Temos de pontuar, porque o campeonato é de pontos corridos. Além disso, tiramos pontos de um concorrente direto – explica o goleiro Victor.

– Se conseguirmos um ponto não será ruim, pela qualidade do Cruzeiro – diz o volante Rafael Carioca.

Os mineiros são mesmo respeitados no Olímpico. Como parte da estratégia de secação, Victor e Rafael Carioca acompanharam o 1 a 0 do Atlético-PR sobre o time de Adilson Batista. Apesar da derrota, viram um adversário "técnico e rápido", segundo Carioca, e capazes de desequilibrar, de acordo com Victor:

– O jogo parecia que não tinha fim. Felizmente, o Atlético-PR segurou o resultado.
O goleiro, porém, já tem uma idéia da postura na quarta-feira. Trata-se de repetir uma fórmula, segundo ele, consagrada nas vitórias do Grêmio fora de casa: tirar espaços, marcar forte e explorar o contra-ataque, mais ainda em um campo extenso como o Mineirão e seus 110m de comprimento e 75m de largura – o gramado do Olímpico tem 105m x 68m.