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 | 24/07/2008 08h27min

D’Alessandro quer jogar com a camisa 15 do Inter

Meia falou sobre a expectativa de atuar pelo Colorado

Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

A mais cara contratação do futebol brasileiro no ano, o meia Andrés D'Alessandro, de 27 anos, pode ser apresentado hoje no Beira-Rio. Foram 32 dias de negociações. Neste período, os empresários do jogador, o argentino Gustavo Mascardi e o gaúcho Fernando Otto, chegaram a criar uma ponte aérea entre Buenos Aires e Zaragoza, na Espanha, até a concretização da transferência.

Por telefone, D'Alessandro lembrou do título mundial do Inter, disse conhecer Guiñazu, Rosinei e Nilmar e falou em repetir a trajetória dos patrícios Tevez e Mascherano. Quando soube que a camiseta 10 pertence a Alex, D'Alessandro sugeriu vestir a 15 - seu número na seleção argentina que conquistou o Mundial de Juniores, em 2001, e o ouro em Atenas, em 2004. Para ele, a estréia pode ser no próximo domingo. Mas deverá aparecer em campo dia 13, no primeiro Gre-Nal da Copa Sul-Americana, no Beira-Rio.

Zero Hora — O que você conhece do Inter?
D'Alessandro
— Sei que o Inter foi campeão mundial há dois anos, com Fabián Vargas, Pedro Iarley (os dois jogaram pelo Boca Juniors) e com Alexandre Pato. Conheço também o Nilmar e, na Espanha, joguei contra o Rosinei (que atuava pelo Real Murcia) - é um meia dinâmico. E conheço o Guiñazu. Mas não cheguei a conversar com ele antes de me acertar com o Inter. Fiz uma decisão pessoal.

ZH — Como você joga?
D'Alessandro — Sempre joguei solto no meio-campo, como articulador, atrás dos atacantes. E estou pronto. Estava em pré-temporada com o San Lorenzo. Se quiserem, posso começar no domingo mesmo (risos).

ZH — Você disse mesmo que não gosta de brasileiros?
D'Alessandro
— Pois comentaram isso comigo. Não sei de onde tiraram uma coisa dessas. Jamais falaria algo assim. O futebol brasileiro me encanta. Até já passei férias aí. Fui a Salvador, um lugar maravilhoso. Também admiro o jeito que vocês levam a vida: com alegria. Sou assim também.

ZH — Como vê o futebol brasileiro?
D'Alessandro
— Me encanta, me encanta. Os brasileiros estão entre os melhores do mundo. Junto com os argentinos, é claro (risos). Por isso acertei com o Inter. Gosto da maneira como vocês vivem o futebol, como se divertem com o jogo. Para mim, é um passo importantíssimo disputar um campeonato assim.

ZH — Qual jogador brasileiro você admira?
D'Alessandro
— Ah, de um montão. Pelé, não vi jogar, mas admiro-o. Vi Romário jogar. Ele é incrível. Ronaldo e Ronaldinho, também.

ZH — Qual a sua expectativa no novo clube?
D'Alessandro
— Meu primeiro contato foi com os dirigentes (o presidente Vitorio Piffero e o assessor de futebol Fernando Carvalho foram a Buenos Aires conversar com ele). Eles foram muito simpáticos, fiquei bem impressionado com o que me falaram sobre o clube. Sei que fizeram um grande esforço para me contratar, e isso me emociona. Trata-se de um novo desafio, tenho grandes objetivos para mim. Sei que o time é muito bom e que estão armando a equipe para brigar pelo título nacional e pela Copa Sul-Americana.

ZH — A sua contratação é tida como uma das principais na temporada. O que acha disso?
D'Alessandro
— Não sabia desta repercussão. É bom, mas também traz responsabilidades. Eu queria chegar hoje (ontem) para assistir ao jogo contra o São Paulo, sentir a torcida, mas não é possível.

ZH — Tevez fez sucesso no Brasil em 2005 e 2006. Você acredita que possa repetir seu desempenho?
D'Alessandro
— Tomara. O Tevez mostrou ser o grande jogador que é no Brasil. O Mascherano também. Mas o principal é o Inter.

ZH — O marketing do Inter gostaria que você vestisse a camiseta 99 - em alusão à idade do clube...
D'Alessandro
— É, mas pedi a 15. Era o meu número na seleção. Jogava com a 10 no San Lorenzo, mas me disseram que essa já tem dono (Alex). Serei muito feliz com a 15*.

(*) Por uma determinação do contrato de televisão, os clubes brasileiros passarão a ter numeração fixa a partir da temporada de 2009. Devido à escolha do argentino D'Alessandro, o Inter decidiu antecipar essa determinação e, já no returno deste Campeonato Brasileiro, definirá os números de cada um de seus 33 jogadores.

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