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 | 03/07/2008 05h31min

Apostando na gurizada, clube investe em novo alojamento

Até o final do mês, jogadores da base do Grêmio terão nova casa

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Até o final do mês, os jogadores das categorias de base do Grêmio trocarão os quartos instalados sob as arquibancadas do Olímpico, em local conhecido como Carandiru, por confortável alojamento, junto à área das antigas piscinas do clube.

A mudança integra conjunto de medidas adotadas pela direção para valorizar ainda mais a gurizada. O que vem garantindo sucesso no campo e no caixa.

Nomes como Léo, Helder, Rafael Carioca e Willian Magrão, sem falar em Lucas e Carlos Eduardo, vendidos em 2007, confirmam o acerto em apostar nos jovens lapidados no clube. Um trabalho incrementado a partir de 2005, quando Rodrigo Caetano assumiu como diretor-executivo.

— O projeto original previa que o grupo profissional contasse com cota mínima de 30% de atletas vindos da base. Atualmente, esse percentual é de 45% (na verdade, é de 42%) — festeja Caetano.

O projeto do São Paulo serve de inspiração ao Grêmio. Até 2011, a idéia do clube paulista é contar com um time inteiro de ex-juniores.

A nova moradia de garotos com idade entre 12 e 18 anos representará, segundo Caetano, "um salto de qualidade" que aproximará o Grêmio de clubes como São Paulo e Atlético-PR, reconhecidos como referência no lançamento de jovens.

O alojamento contará com o trabalho de psicóloga, monitores e pedagogas, preocupados em minimizar a saudade que garotos trazidos de longe costumam sentir dos pais. Terá uma área total de 1.100m2 e custou R$ 400 mil. Servirá de moradia para pelo menos 70 jovens.

Clube conta com mais de 70 escolinhas parceiras pelo Brasil

Uma amostra do aproveitamento da gurizada no Grêmio foi vista na tarde chuvosa e fria de ontem, em Eldorado do Sul. Do grupo que trabalhava no CT, 11 jogadores surgiram no clube. Eram eles os goleiros Marcelo Grohe, Matheus e Alessandro (do júnior), os laterais Felipe Mattioni, Helder, Pico e Bruno Teles, os volantes Adilson, Willian Magrão, Rafael Carioca e o meia Maylson. Seriam 12 se Léo, trazido aos 12 anos de Belo Horizonte, não estivesse machucado.

A garimpagem feita no Brasil explica o reduzido número de gaúchos no grupo - não havia nenhum no time do Gre-Nal. Há no país 70 escolas de futebol conveniada. O número de CTs e clubes pequenos parceiros passa de cem.

A sociedade rende ao clube formador pelo menos 50% em futura venda. Da Pró-Fut, do Rio, veio Rafael Carioca. Ele foi descoberto por um dos cinco olheiros gremistas que acompanhavam torneio em Santa Catarina no final de 2006. O Pão de Açúcar, de São Paulo, mandou o centroavante Rafael Martins e o zagueiro Héverton, as próximas atrações para Celso Roth.

 
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