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 | 19/06/2008 05h26min

Ronaldinho assiste a jogo sem luz, gol e torcida

Craque foi ao Mineirão acompanhado do irmão Assis

Leonardo Oliveira, Enviado Especial/Belo Horizonte  |  leonardo.oliveira@zerohora.com.br

Quem deveria estar no campo, estava na área Vip. Ronaldinho apareceu de surpresa no Mineirão. Acompanhado do irmão Assis, o craque desempregado chegou cheio de estilo. Boina preta, da sua grife R10, se enfiou numa cabine e de lá viu a Seleção carecer no primeiro tempo daquilo que ele mais sabe fazer, criar.

Melhores momentos


 Em campo, a Seleção conteve bem a Argentina. Messi foi vigiado por Gilberto na esquerda e, quando passou pela direita, nada fez. Riquelme passeou pelo meio, vigiado por Mineiro e Gilberto Silva. Os craques argentinos pareciam mesmo fora de sintonia, sem nenhuma impetuosidade. Talvez efeito da disputa de beleza dos dois no grupo.

Quando avançou, a Seleção parou no meio do caminho. Alfio Basile armou uma linha de quatro zagueiros, colocou Gago e Mascherano na frente da área e se entrincheirou. Faltou ao Brasil justamente a inventidade de Ronaldinho. Só houve perigo para Pato Abbondanzieri quando Adriano saiu da área. Com sua força de trator e motivado pela presença do técnico da Inter, José Mourinho, no estádio, espalhou argentinos a trombadas. Aos 22, ele acionou Robinho na direita. Depois do drible, o atacante chutou de bico. A bola voltou para Júlio Baptista, que perdeu o lance.

A jogada de Adriano fez a torcida levantar pela primeira vez. Até então, o programa de espetáculos era o melhor da noite. Robinho roubou a bola, driblou Pato e, em vez de cruzar, esperou a falta. Numa blitz argentina, perdeu a bola. A saída de Anderson, com lesão no joelho, tirou da Seleção alguma luz ofensiva. A torcida sentiu e houve murmúrios depois de mais um passe errado. O primeiro tempo acabou com Messi desperdiçando sozinho diante de Júlio César. O show do Skank chegou em boa hora.

Os acordes da turma de Samuel Rosa levantaram os 52,5 mil torcedores no Mineirão. O segundo tempo começou com a arquibancada empurrando o time. A paciência durou 11 minutos. Ouviu-se gritos de "Pato, Pato". Minutos depois, Julio Baptista cobrou falta, e o Pato deles salvou. A Seleção seguiu sem inspiração, com passes laterais. Aos 22, quando Basile colocou Agüero, a inveja brasileira, que queria Pato no ataque, veio com gritos isolados de "Burro". Eles voltaram com vigor quando Luiz Fabiano entrou no lugar de Adriano.

A Argentina cresceu. Quando Diego, que havia entrado aos 33 do primeiro tempo, saiu para a entrada de Daniel Alves, o Mineirão explodiu. Gritou "Dunga, seu jumento" e seguiu com um "Adeus, Dunga".

 
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