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 | 03/05/2008 18h33min

Contagem regressiva: "O Inter é tudo para mim", diz Abel

Técnico pretende conquistar primeiro Gauchão à frente do Inter neste domingo

Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

Resta pouco tempo para Abel Braga vencer um Gauchão. Para ser mais preciso, cinco anos. Como a Copa do Brasil, a hegemonia no Rio Grande se tornou obsessão para o técnico. Em casa, ele fez promessa à mulher, Claudia, de se aposentar aos 60 anos. Portanto, depois de seis campeonatos gaúchos, a contagem regressiva está aberta.

Abel já quebrou uma promessa feita à mulher. Em 2006, jurou a ela encerrar a carreira aos 55 anos — ou seja, na temporada seguinte. Mas a conquista do Mundial abriu flanco para que se concedesse mais cinco anos de carreira.

— O Inter é tudo para mim. Aqui é a minha casa. Se ainda ganharei dinheiro em mais um ou dois clubes grandes nos anos que me sobram como profissional, será por causa do Inter. É por tudo isso que desejo demais ser campeão neste domingo — disse Abel.

Abel conta com a rodagem de alguns remanescentes das campanhas do tetra (entre 2002 e 2005) — como Clemer, Fernandão, Edinho, Índio, Nilmar e Alex. Aposta também em um currículo com taças da Libertadores, do Mundial e de cinco estaduais (Rio, Pernambuco e Paraná). Mas falta a do Gauchão, e o Rio Grande virou sua casa tanto como o apartamento no Leblon, na zona sul do Rio.

— Não vou te negar: já pedi este Gauchão de presente para os jogadores. Sei que muitos deles já foram campeões gaúchos, mas eu ainda não. Quero ganhar este campeonato mais do que eles — admitiu Abel.

Na última semana, o técnico usou a história de dois jogos para preparar o time que enfrentará o Juventude.

O primeiro foi a decisão do Gauchão de 2006. O outro foi o recente Inter 5x1 Paraná, há 10 dias. Em 2006, dono da melhor campanha, o Inter perdeu a taça sem perder na final: empatou sem gols no Olímpico e em 1 a 1 no Beira-Rio. O exemplo do Paraná é bem-sucedido. O Inter precisava fazer quatro gols. Fez cinco.

— Perdi títulos do Gauchão de forma estranha, como em 1989, em um Gre-Nal que foi para os pênaltis, e o de 2006, de forma absurda, com um gol sem explicação (de Pedro Júnior, a 12 minutos do fim) — recorda Abel, que disputou o campeonato ainda 1991, 1995, 2006 e 2007.

Elogiado pelos seus discípulos por sua intuição, Abel aposta nela outra vez, diante de um adversário que ganhou todos os jogos do Inter em 2008.

— Agora, outra vez temos a melhor campanha. Já perdemos três vezes para o Juventude na temporada, mas o que vale mesmo é o jogo deste domingo. Ele representará muito para mim e para o Zetti — resumiu.



Raio X

O carioca Abel Braga, 55 anos, coleciona bicampeonatos regionais: pernambucano (1988 e 1989, com o Santa Cruz), paranaense (1998, com o Atlético, e 1999, com o Coritiba), carioca (2004, com o Flamengo, e 2005, com o Fluminense). Pelo Inter, conquistou os maiores títulos da carreira, a Libertadores e o Mundial. Neste ano, levantou a Copa Dubai.

 
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