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 | 08/04/2008 09h14min

Direção gremista monta esquema para evitar crise

Objetivo é blindar o vestiário para preservar Celso Roth e jogadores

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Pressionada pela eliminação no Gauchão e sob a ameaça de ver o primeiro semestre se encerrar quarta-feira, caso o time caia também na Copa do Brasil, contra o Atlético-GO, a direção do Grêmio decidiu agir.

A primeira providência foi passar segurança a Celso Roth, vaiado por parte dos torcedores que assistiram à derrota para o Juventude, domingo. Apesar de admitir que o técnico havia "mexido" demais no time, o presidente Paulo Odone deu-lhe a garantia, durante reunião no início da tarde, de que não cederia às pressões.

Odone comparou o momento atual ao vivido em 2005, no início da Série B, quando foi pressionado a demitir Mano Menezes após a derrota por 4 a 0 para a Anapolina

– Não sou cartola de explicar resultados demitindo treinador. Não me apavoro mais, estou calejado – enfatizou o dirigente, com ar grave.

Vestiário blindado

"Blindar" o vestiário foi a medida seguinte. Reunido no vestiário com os jogadores, o diretor de futebol, Paulo Pelaipe, tratou de garantir que todos seguem prestigiados. 

– A direção nos passou que confia no grupo – disse o zagueiro Pereira.

Mais tarde, sob o argumento da preservação dos jogadores visados pelas críticas, apenas os mais experientes foram escalados para as entrevistas de ontem. O volante Nunes, um dos vilões na visão da torcida, foi poupado.

– Colocar o Nunes a falar seria massacrá-lo. É um ser humano – argumentou o diretor de futebol, Paulo Pelaipe.

Treino com portões fechados

A medida também vale para hoje. O treino será com portões fechados, para evitar qualquer manifestação de torcedores. É possível, também, que apenas Celso Roth fale. Também criticado, Pelaipe disse que é direito dos torcedores protestar. Mas descartou sair. 

– Não sou covarde, não faz parte do meu perfil. Mas o cargo é do presidente – afirmou.

Independentemente das medidas anunciadas para fortalecer o grupo, a direção age para reforçar o time. Ontem, Evandro Ferreira, o empresário do meia Hugo, esteve no Olímpico. Também foram lá os empresários Walter Cirne e Paulo Amorim.

Punição para Eduardo Costa, Jonas e Tadeu

Também ficou definido, embora não se admita publicamente, que Eduardo Costa, Jonas e Tadeu, expulsos contra o Juventude, serão multados. Fontes ligadas à direção admitem que Eduardo Costa começa a sofrer contestações internas por reclamar demais durante os jogos.

Segundo Odone, os jogadores haviam sido alertados por Roth para que não aceitassem provocações, nem reclamassem da arbitragem.

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