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 | 16/01/2008 14h01min

Lixo na orla atrapalha veraneio em Atlântida

Falta de latões e atitude dos veranistas deixam sujeira em evidência na beira da praia

André Roca / Capão da Canoa  |  andre.roca@rbsonline.com.br

O problema fica em evidência nas épocas de veraneio, quando a população no litoral gaúcho se multiplica. A falta de lixeiras na orla de algumas das principais cidades tem causado transtorno para quem vai à beira-mar atrás de descanso sem abrir mão de infra-estrutura.

Nem mesmo na praia de Atlântida, uma das mais badaladas do Estado, os veranistas escapam da inconveniência de ter que dividir espaço com a sujeira. No último final de semana, bastou uma caminhada por um dos pontos mais procurados para se comprovar, sem esforço, a situação: garrafas, embalagens de alimentos, copos plásticos, cocos e espigas de milho, entre outros objetos, estão sendo descartados em qualquer canto.

– Está faltando lixeira. Estou procurando, mas não estou achando. Tem que levar o lixo até a rua – reclamou a comerciante Cristina Pugliese.

O prefeito de Xangri-lá, Celso Barbosa, não nega o problema. No entanto, divide a responsabilidade com os donos dos quiosques:

– No contrato, a obrigação dos latões de lixo é do quiosque. O nosso veranista está reclamando, a gente cobra, mas eles não colocam – disse, lembrando ainda que algumas lixeiras são destruídas e outras roubadas.

O presidente da Associação dos Quiosqueiros da Beira-Mar de Xangri-lá, Ronildo Rodrigues Guincheski, afirma que os comerciantes fazem a parte que lhes cabe, recolhendo aquilo que sobra do que foi vendido.

– Além disso, a gente paga para ter a praia limpa. Antes passavam aqui todos os dias recolhendo. Eu praticamente moro no quiosque e posso dizer que, hoje, se o pessoal da prefeitura passa uma vez por semana fazendo a limpeza, é muito – declarou Guincheski.

Segundo o prefeito, duas equipes fazem esse trabalho na praia diariamente:

– Todo dia passa o pessoal fazendo a coleta. Às 18h fazem a limpeza e, às 5h, passam para recolher coisas deixadas à noite – garantiu o Barbosa.

Informação que é contestada também pela artista plástica Maria Luiza Cangeri, que veraneia há 35 anos ali.

– É o primeiro ano que eu vejo que não passa ninguém limpando. E a gente procura latão de lixo e não tem – afirma.

Providências para a solução do problema já estão sendo tomadas. As prefeituras dos municípios litorâneos, em parceria com órgãos estaduais e empresas privadas, têm recebido e instalado latões de lixo à beira-mar e nos acessos à praia. Nos calçadões, há os cestos de coleta seletiva.

Mas se um lado está sendo resolvido, outra questão está longe de dar fim ao problema: o comportamento da população.

– Tinha um pessoal comendo picolé e jogando lixo no chão – apontou Gustavo Andrade.

– No Reveillon eu fiquei apavorada. O ser humano não bota o lixo no lixo. E é garrafa, copo. Eu que recolhi, pois estava com medo de que o mar viesse e levasse tudo – completou Maria Luiza.

Durante a entrevista, o prefeito Celso Barbosa avistou um garoto jogando um papel de bala no chão. Em tom inconformado, lamentou:

– Não adianta. Isso é a cultura do povo.

Logo depois, distraído, Barbosa terminou um cigarro e descartou a bagana na areia.

Assista à matéria do Jornal do Almoço.

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