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 | 10/01/2008 07h43min

Jovens gremistas buscam aprovação de Mancini na Serra

Três juniores trabalham pela primeira vez no grupo principal

Luís Henrique Benfica, Bento Gonçalves  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Eles são o que Capitão Nascimento, personagem central do filme Tropa de Elite, chamaria de "aspiras". Como os jovens recrutas do filme brasileiro de maior bilheteria em 2007, os juniores Wagner, Felipe Mattioni e Zé Eduardo esperam fazer da pré-temporada em Bento Gonçalves a passagem para um futuro brilhante no Grêmio.

Dois deles até já contam com empresários com trânsito internacional. Felipe, de 19 anos, é representado pelo italiano Mino Rayolla, o mesmo do atacante Kerlon, do Cruzeiro, e do sueco Ibrahimovic, da Inter, de Milão. 

– Ele me conheceu há dois anos, durante um torneio de seleções sub-17 – conta o lateral, natural de Ijuí, confiando que o sobrenome irá facilitar a tarefa de obter o passaporte italiano.

Ex-companheiro de Carlos Eduardo na "caverna", apelido da antiga concentração dos juniores, Felipe sabe que poderá ter trajetória curta no Grêmio, dependendo de seu desempenho nos jogos. 

– Sei que o Grêmio está em dificuldades e sempre precisa vender alguns jogadores – diz.

Wagner, de 18 anos, ainda cumprindo o primeiro ano de júnior, é representado desde 2005 pelo ex-zagueiro Baidek, que há anos trocou o Brasil por Portugal. Esteve nos planos do Benfica, que tentou, sem sucesso, incluí-lo na negociação Diego Souza. 

– Aqui, os treinos são um pouco mais puxados que nos juniores – diz Wagner, 1m91cm, natural de Porto Alegre, desde os oito anos no Grêmio.

Por pouco ele não foi disputar a Taça São Paulo. Já arrumava as malas quando o técnico Julinho Camargo o avisou de que seu destino seria Bento Gonçalves. 

– Aqui é melhor. Vou agarrar com as duas mãos – sorri o zagueiro, companheiro de quarto de Danilo Rios.

Zé Eduardo, atacante, já tem pelo menos um troféu na carreira. Em 2004, com apenas 16 anos, disputou pelo Palmeiras um jogo contra o Cruzeiro, pelo Brasileiro. 

– Até hoje, sou o jogador mais novo a ter jogado pelo Palmeiras nesta competição – orgulha-se.

Em maio de 2005, foi comprado pelo Cruzeiro, por um valor que diz desconhecer. Entrou em uma fila que tinha Élber, Gil, hoje no Inter, e Araújo. É claro que não jogou.

No início deste ano, atuou no Sport Recife, sob o comando de Gallo. Em negócio intermediado pelo empresário Luiz Taveira, o mesmo de Souza, teve 50% de seus direitos adquiridos pelo Grêmio. Como o contrato se encerra em dezembro, o tempo para mostrar serviço será curto. 

– Já estou com 20 anos, o último de júnior. É a hora de aproveitar a oportunidade – afirma o jogador, cujos cabelos avermelhados despertam a curiosidade das adolescentes que assistem a todos os treinamentos na Serra.

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