O volante Julio César, dispensado do Juventude na última semana, foi flagrado pelo exame antidoping, assim como o ex-companheiro Alex Alves. O teste foi realizado após a derrota por 2 a 1 para o Veranópolis em Caxias do Sul, no dia 22 de abril pelas semifinais do Gauchão.

A substância apontada pelo Ladetec, o laboratório responsável pelo exame, foi a sibutramina, a mesma que culminou na punição de Alex Alves. O atacante foi impedido de jogar por 120 dias pelo tribunal da FGF, mas atua amparado por um efeito suspensivo.

– O clube tem agora o direito de solicitar uma segunda análise, no mesmo laboratório, e acompanhá-la com um representante seu, o próprio atleta e um representante da comissão legal antidoping. Pode pesar mais a situação se for provada a conivência do clube com o uso dessa substância – explicou o diretor médico da FGF, Ivan Pacheco.

No caso de Alex Alves, os advogados contratados pelo Juventude comprovaram através de exame que a sibutramina estava presente indevidamente em um medicamento prescrito pela diretoria alviverde, sem constar na bula. Após receber a notícia da punição, o atleta disse que irá processar o laboratório responsável pelo medicamento.

O médico alviverde, Iran Cercatto, se mostrou surpreso com o resultado do teste. Nesta terça, ele se reunirá com a direção para tratar do assunto. Segundo o profissional, a única diferença entre o uso da substância pelos dois jogadores foi a forma de ingestão.

– O Alex Alves foi em forma de cápsula, e o Julio César foi em forma de spray – disse o Cercatto.

O advogado que defendeu o Juventude na ocasião, Celso Rodrigues, não poderá atuar no caso de Júlio Cesar, pois estará em viagem. O substituto será Cláudio Batista, que já adiantou que adotará a mesma estratégia utilizada anteriormente: a de ingestão incidental de sibutramina.

– Não entram novas provas ou testemunhos. O julgamento baseia-se em regulamentações internacionais de doping da Fifa. E essa orientação de interpretação absoluta é uma tendência  mundial. Só que toda a legislação esportiva brasileira está baseada no dolo. O CBJD trabalha em cima do dolo de atleta e clube no caso – explicou.