Diferente das outras fases, na final da Copa Libertadores o gol fora de casa não serve como critério de desempate. A mudança deste simples detalhe, no entanto, deixa o técnico são-paulino Muricy Ramalho aliviado. O técnico confessa que o fim da pressão de não levar gols dentro de casa levará o São Paulo a ter uma postura diferente no primeiro jogo decisivo contra o Inter, na quarta, no Morumbi.

– O critério é importante para a emoção do confronto e concordo com ela, mas para nós que estamos dentro de campo é muito complicado. Contra o Inter pelo menos não teremos a preocupação do gol fora de casa e de certa forma isso é um alívio – afirma.

Para comprovar sua posição, Muricy recordou o confronto das quartas-de-final contra o Estudiantes. Com a derrota por 1 a 0 na Argentina, o São Paulo precisaria vencer por dois gols de vantagem caso o adversário marcasse no Morumbi, o que fez Muricy a ser cauteloso na escalação.

– Muita gente falou que não jogamos bem, que deveríamos partir para cima, mas fizemos o correto. Um gol aqui poderia mudar toda a situação – justificou o treinador, que na ocasião preferiu manter o equilíbrio do time e decidir a classificação nos pênaltis ao se expor ao contra-ataque argentino.

Muricy, aliás, minimiza o fato de o Tricolor ter de decidir o título fora de casa. Nesta Libetadores, todos os confrontos de mata-mata do São Paulo foram definidos no Morumbi, mas o treinador não acredita que esta mudança possa fazer a diferença.

– Pior seria se o gol fora de casa valesse mais. Provamos contra o Chivas que podemos ganhar dentro do Morumbi ou em outro lugar. E também não podemos esquecer que o São Paulo foi campeão de uma Libertadores jogando no Chile – recordou Muricy, fazendo referência á conquista de 1993 em cima do Univesidad Católica.

Naquela decisão, o São Paulo marcou 5 a 1 no Morumbi e, mesmo com a derrota por 2 a 0, levantou o troféu em Santiago. Contra o Inter, Muricy prevê um roteiro diferente.

– São Paulo e Inter são equipes muito iguais e dificilmente alguém saíra com uma grande vantagem do Morumbi – explica.

GAZETA PRESS