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 | 03/07/2006 21h01min

Alemanha e Itália brigam pela chance de serem tetra

Tricampeãs se enfrentam nesta terça em Dortmund pelas semifinais

Tricampeãs mundiais, Alemanha e Itália se enfrentam às 16h (de Brasília) desta terça, em Dortmund, para definir quem segue vivo na luta pelo tetracampeonato. O vencedor se credencia para enfrentar Portugal ou França na grande final da Copa do Mundo de 2006, marcada para o dia 9 de julho, no histórico Estádio Olímpico de Berlim.

Os alemães foram tri em 1954, 1974 e 1990. Já os italianos venceram em 1934, 1938 e 1982. As duas seleções chegam invictas às semifinais do torneio, embora a Azzurra tenha tido mais facilidade para se classificar, pois arrasou a Ucrânia por 3 a 0 nas quartas-de-final, enquanto os donos da casa suaram até a disputa dos pênaltis para superar a Argentina.

Além disso, os alemães têm contra si o fato de jamais terem vencido os italianos em uma Copa do Mundo. Foram quatro partidas, duas derrotas (na semifinal de 1970 e na final de 1982) e dois empates (na primeira fase das Copas de 1962 e 1978). Vencer a Itália também significaria o fim de um jejum contra as seleções de ponta do futebol mundial. A Alemanha já acumula 17 jogos sem vitória sobre um adversário tradicional.

O ambiente da equipe, no entanto, é dos mais otimistas. O técnico Jürgen Klinsmann teve muito trabalho ao longo dos últimos dias para conter a euforia de seus jogadores. A vitória sobre a Argentina e a eliminação de Brasil e Inglaterra, dois grandes favoritos ao título, animou a todos na concentração. Então o técnico lembrou que a Itália goleou os alemães por 4 a 1 em amistoso preparatório disputado em março.

– Temos que ficar alegres apenas no dia 9 de julho e se tivermos conseguido conquistar o título. O jogo contra a Itália será o mais difícil da Copa do Mundo. Na fase de preparação, os italianos nos golearam por 4 a 1 e colocaram uma crise na nossa equipe. Seria burrice de nossa parte imaginar que somos favoritos ou que o jogo desta terça já está ganho – disse.

Os jogadores da Alemanha concordam com a opinião do treinador e garantem que não existe favoritismo e nem clima de euforia na delegação alemã. Astro do time, o meia Ballack confia num triunfo nesta terça e dá até a dica de como conseguí-lo.

– A Itália é um time que marca muito bem, tem uma das melhores defesas da competição e isso será um complicador. Os dois times têm a obrigação de ganhar e por isso não podemos nos lançar ao campo deles de forma desesperada, pois os italianos vão jogar com o contra-ataque – disse Ballack.

Para a partida, Klinsmann não poderá contar com o meia Frings, punido pela Fifa por ter se envolvido na briga com os argentinos após a partida da última sexta, pelas quartas-de-final. Borowski será seu substituto. No mais, o treinador manterá a formação que derrotou os sul-americanos e que vem sendo a base do time no Mundial.

Pelo lado dos italianos, o técnico Marcelo Lippi adotou a tática de jogar o favoritismo para a Alemanha. O treinador chegou ao ponto de dizer que os alemães estão jogando o melhor futebol da Copa do Mundo e que têm tudo para ganhar o Mundial por jogarem em casa, o que não chega a ser um exagero, de acordo com a opinião de alguns comentaristas.

– A Itália vai tentar nesta terça mudar o curso da lógica, que prevê a Alemanha como finalista pelo fato de jogar em casa. Os alemães estão jogando um grande futebol e podem ser apontados como favoritos. Cabe a nós provarmos que a Itália não chegou por acaso a esta semifinal e que tem valor suficiente para seguir na luta pelo título – afirmou Lippi.

Os jogadores italianos consideram que a melhor forma de enfrentar a Alemanha é explorando os contra-ataques, pois eles contam que a pressão da torcida levará o adversário a atuar de forma ofensiva ao longo dos 90 minutos.

– A Alemanha vai ter que buscar o jogo, partir para o ataque e tentar acalmar a sua torcida, que vai incentivá-la para isso ao longo dos 90 minutos. Vamos precisar jogar com inteligência, explorando os contra-ataques e mostrando que podemos ganhar nos detalhes – destacou o atacante Totti.

Sobre a formação que vai a campo, Lippi faz o habitual mistério, mas vai manter a equipe que goleou a Ucrânia por 3 a 0 nas quartas-de-final, já que o meia Camoranesi passou no teste que fez nesta segunda para comprovar sua recuperação de uma fadiga muscular.

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