| 25/05/2006 10h23min
Um dia depois de PFL e PSDB tornarem pública a crise na aliança para as eleições presidenciais, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL) fez duras críticas à campanha do tucano Geraldo Alckmin, em entrevista nesta quinta à Rádio CBN. O prefeito citou erros da estratégia tucana, condenou principalmente a falta de um comando unificado dos dois partidos na campanha e disse que o PFL quer participar efetivamente do governo no caso de vitória.
O prefeito disse que a aliança entre PFL e PSDB "precisa caminhar para uma Concertacíon do tipo chilena, em que os dois partidos estão juntos no governo", uma referência a coalizão de governos que governa o Chile desde 1990.
– Ontem mesmo o presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati, estava conversando com o Roberto Freire, para tentar o apoio do PPS para a campanha do Alckmin. Isso é um equívoco. O ideal para a candidatura é que o Roberto Freire seja candidato, que o Cristovam Buarque seja candidato, que o PMDB tenha candidato. Se o PMDB tiver candidato, já tem segundo turno. Um segundo turno em um quadro de reeleição desfavorece quem está no governo – criticou Cesar.
– Essa história de vamos ultrapassar o Lula, vamos nos aproximar, isso é besteira. A construção do segundo turno se torna muito mais fácil quanto mais candidatos houver.
Para o prefeito do Rio, o " PSDB já errou quando evitou que se votasse o fim da verticalização, dois anos atrás". Ao ser perguntado se a principal divergência era a estratégia de campanha, Cesar Maia sinalizou que há mais problemas.
– Isso tudo são fogos de artifício que sinalizam o que está por trás de fato. O PFL não aceita mais a composição que fez no governo Fernando Henrique, ou seja, de entrar na garupa, viabilizar a eleição, ganhar uns dois ministérios, não sei quantas diretorias, um espaçozinho aqui e ser traído – declarou o pefelista.
O pefelista disse que é preciso entender que a campanha é dos dois partidos e o governo será dos dois partidos:
– O Alckmin não é Fernando Henrique, não se trata de uma personalidade internacional, que produza um quadro suprapartidário em torno dele mesmo, não é assim – diz o pefelista, que justificou a lavação de roupa suja em público dizendo que, 'enquanto não houver um comando unificado de PFL e PSDB na campanha "vai se sentir à vontade para expressarmos como partido que está fora da campanha".
O prefeito, no entanto, ressaltou que "formal e pragmaticamente" existe a coligação - o PFL indicou o vice da chapa de Alckmin, o senador José Jorge - e que os dois partidos estão juntos na tarefa de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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