Contratado no segundo semestre de 2001 para substituir o ídolo Marcelinho Paraíba e ser a nova esperança de gols do Grêmio, o centroavante Leandro Amaral (foto) se diz esquecido no Estádio Olímpico. Há quatro meses e quatro dias, o jogador sofreu uma nova cirurgia no joelho esquerdo para reconstrução do ligamento cruzado anterior – quando atuava pela Portuguesa, o atleta foi operado no mesmo local. Desde então, começou um trabalho intensivo de recuperação para voltar a jogar antes dos seis meses previstos. Porém, há três meses passou a receber apenas 10% de seu salário, que, no total, é de R$ 120 mil.

– Praticamente estou pagando para ficar no Grêmio. Tenho aluguel e outros gastos compatíveis com meu salário – revelou o centroavante, que atuou apenas seis partidas até se machucar, no final de 2001.

Leandro afirma já ter procurado a direção, mas não teria recebido nenhuma justificativa. Ao ser questionado sobre o assunto, o presidente José Alberto Guerreiro demonstrou não ter conhecimento da situação.

– Ele está sem receber? Confesso que não sabia disto. Vou saber o motivo disto nesta sexta-feira.

O jogador espera receber os valores atrasados – cerca de R$ 300 mil – para renovar seu empréstimo com o clube em agosto, quando termina seu contrato. Por hora, Leandro não cogita cobrar na Justiça o que o Grêmio lhe deve.

Recuperado da lesão, o atacante, que mora em Porto Alegre com a esposa, já está correndo diariamente no campo suplementar e, em uma semana, pretende treinar com bola. O filho da Miss Grêmio de 1970, Vera Beatriz, projeta poder jogar as finais do Gauchão, no final do mês, desde que o tricolor chegue lá. O problema, então, será a concorrência de Luizão, Rodrigo Mendes, Luís Mário, Rodrigo Fabri, Grafite, Fábio Baiano e Cláudio Pitbull.