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 | 29/03/2006 10h17min

Dólar abre em alta de 1,40% e volta para R$ 2,240

Volatilidade do mercado financeiro com a saída de Palocci deve continuar

O dólar comercial abriu a quarta em alta de 1,40%, a R$ 2,238 na compra e R$ 2,240 na venda. A volatilidade deve continuar no mercado financeiro hoje. Embora o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, tenha reafirmado o compromisso de manter a atual política econômica, os investidores querem ver na prática as atitudes que ele terá na volta ao primeiro escalão do governo.

No seu primeiro dia como ministro, Mantega já se mostrou contrário a duas propostas defendidas pelo antecessor, Antonio Palocci. A primeira é a adoção de um programa de longo prazo de ajuste nas contas do governo e a outra é a redução do Imposto de Importação para alguns produtos.

Também há expectativa sobre a reunião, na quinta, do Conselho Monetário Nacional (CMN) para definir a nova TJLP. Como presidente do BNDES, Mantega havia sugerido redução dos atuais 9% ao ano para 7%. O mercado vai ficar de olho na reunião para saber se, com direito a voto, o ministro será mais comedido na definição.

Tem ainda um outro ingrediente que pode deixar o dólar mais volátil a partir de hoje: a disputa pela ptax (média diário do dólar) que será utilizada na liquidação dos contratos com vencimento no dia 3 de abril na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Ontem, o mercado financeiro acalmou um pouco no final do dia, mas o dólar não escapou de subir novamente, pelo segundo dia consecutivo, repercutindo a troca de ministro e a decisão do Banco Central americano, o Fed, de elevar a taxa de juro em 0,25 ponto percentual, para 4,75% ao ano.

A moeda norte-americana fechou a terça em alta de 1,75%, cotada a R$ 2,207 na compra e R$ 2,209 na venda. Na máxima, chegou a ser vendida logo pela manhã a R$ 2,235, com alta de 2,94%.

O mercado ficou apreensivo com a possibilidade de o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deixar o governo depois que Mantega afirmou que a entidade "errou a mão nos juros". A situação só se tranqüilizou depois da informação de que Meirelles responderá diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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