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 | 28/03/2006 13h50min

Dólar fecha primeira etapa em alta de 2,44%

Comportamento dos investidores à saída de Palocci está dentro do esperado

O anúncio da troca de comando no Ministério da Fazenda no final da tarde de ontem, quando o dólar já tinha fechado, deixou para hoje a repercussão no mercado financeiro. E os investidores não reagiram de maneira diferente à esperada.

O dólar comercial já abriu com forte alta de 2,81%, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu mais de 1% e o risco-país subiu 5 pontos logo cedo.

No final da manhã, a pressão diminuiu um pouco na Bolsa de Valores de São Paulo, que fechou a primeira etapa com queda de 0,60%, para 37.414 pontos (volume financeiro de R$ 1,032 bilhão), e no risco-país, que subia às 13h15min 1 ponto, para 241 pontos centesimais. Mas o dólar ainda continuava com forte alta de 2,44%, a R$ 2,222 na compra e R$ 2,224 na venda.

Além do cenário político, os negócios foram impulsionados pela reunião do Federal Reserve, o Banco Central americano, que vai definir hoje a taxa de juro que será praticada nos Estados Unidos.

O mercado financeiro vê com reticência o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tomará posse nesta tarde, em Brasília. Para o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, a volatilidade continuará enquanto os investidores não conhecerem exatamente como será o governo Mantega.

A outra dúvida é com relação à equipe econômica e como vai ficar o Banco Central nesse nova gestão, ou seja, que tipo de relacionamento Mantega terá com Henrique Meirelles, presidente do BC. Se houver mudanças, a curva de juros, com certeza, não será a mesma de hoje, segundo o economista.

Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin, disse que fica a incerteza sobre a continuidade da política econômica e a expectativa sobre a recomposição da estrutura da equipe, de assessores diretos de Antônio Palocci. No entanto, ele não acredita em uma mudança muito drástica, principalmente com a proximidade das eleições. Segundo Neto, haverá volatilidade, mas não tumulto nos mercados.

– O desafio que se coloca ao novo ministro Guido Mantega é a conquista da credibilidade. Por isso, não é razoável imaginar mudanças significativas na condução da política econômica, mas, pelo contrário, maior rigor na gestão pelo novo titular – disse Sidnei Moura Nehme, diretor da Corretora NGO.

Para Nehme, a conquista da credibilidade pode impor ao novo ministro menor condição de flexibilizações que seriam aceitas por parte do seu antecessor. A preocupação é que Mantega era nos últimos meses, durante a sua gestão no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um grande defensor do afrouxamento da política monetária.

Mesmo sabendo que Guido Mantega é favorável ao relaxamento monetário, o que significa queda das taxas de juros, o mercado vai primeiro, segundo analistas, ajustar os índices futuros para depois trazer as taxas para baixo novamente.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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