A dança da petista Angela Guadagnin (SP) depois da absolvição do colega João Magno (MG) pelo plenário da Câmara provocou indignação geral no plenário do Senado hoje. Até mesmo a senadora petista Ana Júlia Carepa (PT-PA) disse que não aprovava a comemoração.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), citou entrevista do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares na qual ele dizia que as denúncias do mensalão iriam "terminar em dança de salão".

– Terminaram numa dança macabra, não de salão – disse Virgílio.

O tucano disse que está na hora de o Congresso fazer uma reflexão para que todos os partidos "tenham homens de bem". Segundo ele, os parlamentares sérios precisam se unir para refletir sobre o que está acontecendo com o Congresso e afirmou que é possível separar o joio do trigo.

– Eu estou me sentido mal, não estou satisfeito, não posso permitir que o poder ao qual pertenço faça a dança do mensalão. Nunca vi uma instituição se suicidar. O Congresso está agindo de forma suicida – afirmou.

Virgílio disse estar recebendo inúmeros e-mails, alguns deles pedindo o fechamento do Congresso.

– Em 1967, eu estava no Maracanã quando recebi a notícia do fechamento do Congresso e o Maracanã aplaudiu. Isso pode se repetir. Poderá o povo cantar de novo diante do fechamento do Congresso? – indagou o tucano.

Questionada por Arthur Virgílio sobre a comemoração de Angela Guadagnin, a senadora Ana Julia disse que não aprovava o comportamento da colega.

– Aquele tipo de comportamento não tem a minha aprovação – disse a petista.

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que Angela Guadagnin não tem mais condições de permanecer no Conselho de Ética e talvez fosse o caso de abrir um processo por quebra de decoro parlamentar contra ela.

– Que festa era aquela? Não sei como denominar aquele baile? A dança macabra, do mensalão, da corrupção? Querem transformar Brasília numa ilha da fantasia? Não contem conosco – protestou.

O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse que a petista estava zombando das instituições e dos brasileiros.

– O PT debocha. Não sei se da população ou do Congresso, mas zombar das instituições é um ato que merece repúdio – disse.