| 23/03/2006 17h28min
O mercado financeiro andou amarrado ao cenário externo hoje. Acompanhando a alta da moeda americana em outros países, o dólar comercial fechou o dia com valorização de 0,42%, a R$ 2,160 na compra e R$ 2,162 na venda. Na máxima, chegou a ser vendido a R$ 2,164 (+0,51%), logo após o leilão do Banco Central para a compra de dólares no mercado à vista. O BC pagou R$ 2,158 por cada dólar. Novamente, não houve leilão de swap cambial reverso.
A moeda americana abriu em queda, mas acabou passando para o campo positivo assim que o rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro Nacional americano subiu com novos dados, mostrando a força da economia nos Estados Unidos. A revenda de casas nos Estados Unidos cresceu 5,2% em fevereiro, para uma taxa anual de 6,9 milhões de unidades, a maior alta em 2 anos. Também nos Estados Unidos, foi divulgada a queda dos pedidos de seguro desemprego na semana passada (11 mil postos a menos).
Segundo os analistas, continua o desconforto em relação à possível saída do ministro Antônio Palocci da Fazenda e a expectativa em relação a adoção de medidas do Banco Central para restringir a entrada de recursos estrangeiros no país. O diretor da Corretora NGO, Sidnei Moura Nehme, lembrou, no entanto, que o BC não costuma adotar uma medida sem antes avisar o mercado, às vezes até com excesso de detalhes, para evitar especulações exageradas.
– É possível admitir que, se algo vier a ser feito, haverá, pela natureza conservadora do Banco Central, um pré-aviso com tempo para que tudo se acomode – disse Nehme.
A verdade é que algumas tesourarias de bancos já se adiantaram e reduziram as suas exposições em dólar nos últimos dias. Em quatro pregões nesta semana, a moeda americana só caiu ontem. Na segunda-feira, o dólar subiu 1,08% e na terça, 1,16%. A queda ontem foi de menos de 1%.
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a queda chegava a 1,54%, para 37.267 pontos, às 17h10min. Em Wall Street, Dow Jones caía há pouco 0,5% e Nasdaq tinha queda de 0,33%.
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