O argentino Mario Goijman, ex-presidente da federação de vôlei de seu país, apelará de uma decisão de um Tribunal de Lausanne a favor do mexicano Rubén Acosta, à frente da federação internacional (FIVB), absolvido de um suposto crime de falsificação de documentos.

Goijman, que acusara Acosta de manipulação de relatórios e corrupção há três anos, afirmou que houve proteção corporativa da Justiça suíça a favor do presidente da FIVB na interpretação da decisão judicial anunciada na quarta.

O ex-dirigente assegura que Acosta adulterou os relatórios de auditoria do balanço da FIVB de 2000, apresentados para aprovação no Congresso do organismo realizado em 2002 na cidade argentina de Buenos Aires.

– Houve proteção corporativa dos suíços. Não resta nenhuma dúvida. Porque a sentença reconhece claramente a existência de uma falsificação contábil – disse Goijman da Suíça à agência estatal argentina de notícias Télam.

– O fato de as organizações centrais do esporte estarem na Suíça não é uma casualidade. Elas têm proteção para atuar da forma que quiserem, e o fazem calando os que pensam diferente – acrescentou.

Apesar da decisão, Goijman assegurou que Acosta, em termos políticos, ficou terrivelmente prejudicado.

– Todo o mundo do esporte sabe o que Acosta fez. A rede de mentiras foi descoberta. O que acontece é que há um medo muito grande dentro da FIVB. Cada pessoa que falou foi incinerada – disse.

– Seguirei com este assunto buscando a decência, e apesar da tremenda desilusão por uma decisão judicial grotesca, apelarei – afirmou Goijman em comunicado.

A FIVB acha que a única explicação possível para as queixas de Mario Goijman pode ser a intenção de encobrir o fato de que ele mesmo foi expulso da FIVB, em 2003, por assinar contratos sem autorização e não apresentar regularmente os relatórios solicitados pela organização do Campeonato Mundial masculino de 2002.

AGÊNCIA EFE