| 09/03/2006 18h11min
O trabalho escravo na América Latina e no Caribe atinge mais de 1,3 milhão pessoas. Os dados foram divulgados nesta quinta, dia 9, pelo consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o antrópologo Eduardo Bedoya Garland, ao falar no Seminário Internacional Trabalho Escravo Comtemporâneo, que ocorre dentro da Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, em Porto Alegre.
Eduardo Bedoya informou que em países como a Bolívia, Paraguai e Peru, a população indígena é a mais submetida ao trabalho escravo. Ele revelou que no Peru o problema é grave e está localizado no comércio da exploração de madeiras na região da Amazônia peruana, onde existem cerca de 20 mil índios nessa situação. Segundo o consultor da OIT, a exploração do trabalho escravo na extração de madeira no Peru rende aos exploradores cerca de US$ 75 milhões por ano.
Bedoya Garland denunciou que a situação do trabalho escravo no Peru chegou ao tal ponto que os "gatos" (pessoas que aliciam a mão-de-obra escrava) aprisionam famílias inteiras de índios para forçá-los ao trabalho, em períodos que duram de seis meses a um ano.
O consultor da OIT disse a exploração do trabalho escravo na Bolívia ocorre principalmente na agricultura canavieira e faz com que os índios cumpram uma jornada diária de até 12 horas de trabalho. E, segundo ele, quando não conseguem realizar a tarefa estipulada são castigados.
O antropólogo Eduardo Beloya Garland também informou que os índios guaranis, no Paraguai, são as maiores vítimas do trabalho naquele país. E a exploração acontece principalmente nas grandes fazendas. Ele cobrou dos governos uma forte campanha de conscientização contra a prática de trabalho escravo, como uma das formas de se combater o problema.
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