O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou ao chefe de Estado do Uruguai, Tabaré Vázquez, uma carta para tentar desbloquear alguns dos conflitos que atingem o Mercosul.

O chanceler uruguaio, Reynaldo Gargano, deve viajar hoje para Brasília, onde amanhã se reunirá com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a fim de discutir assuntos relacionados ao bloco sul-americano.

Segundo fontes do Planalto, a carta não trata sobre a polêmica existente entre a Argentina e o Uruguai pela construção de duas fábricas de celulose em território uruguaio.

No entanto, não se descarta que nas conversas entre Gargano e Amorim surja o assunto, considerando que o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, decidiu fazer uma pequena viagem pela região para explicar a posição de seu país em relação à instalação das duas indústrias.

O presidente da coalizão governamental Frente Ampla-Encontro Progressista, Jorge Brovetto, disse que Vázquez visitará Brasil, Paraguai, Chile, Bolívia e Venezuela, com esse objetivo, mas não foram informadas as datas da viagem.

Membros do governo uruguaio reclamaram nas últimas semanas do funcionamento do bloco fundado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, ao qual a Venezuela está em processo de incorporação como membro pleno e Chile, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia são associados por acordos comerciais.

O ministro da Economia uruguaio, Danilo Astori, sugeriu no mês passado a possibilidade de que seu país assinasse um tratado de livre comércio com os Estados Unidos, fato com que gerou polêmica tanto no Uruguai como nos outros sócios do Mercosul.

Ao tratar sobre o tema, Amorim "lembrou" ao Uruguai que, para assinar de forma individual um tratado dessas características, teria que antes sair do bloco sul-americano.

Lula e o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, disseram após um encontro bilateral que estavam conscientes de que os dois maiores sócios do bloco deviam ter mais em conta os interesses dos menores.

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AGÊNCIA EFE