| 27/01/2006 13h53min
Passada a polêmica ratificação pelo Brasil da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, no final do ano passado, ainda persistem as dúvidas dos fumicultores quanto ao futuro da atividade e às alternativas para a diversificação de culturas
Não foi fácil o ano de 2005 para a fumicultura do Brasil. Primeiro, a incerteza do futuro do setor diante da aprovação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, acordo mundial proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no intuito de reduzir os índices de consumo de cigarros. Depois, a instabilidade climática, que deixou os fumicultores apreensivos quanto ao sucesso da safra, em fase final de colheita.
A chuva, que em agosto e setembro não deixava o Estado, em novembro e dezembro passou longe do solo gaúcho. A idéia de uma nova seca deixou o setor em polvorosa.
O segmento vira o ano em meio a indefinições. O governo federal ratificou a convenção, mas anunciou um pacote de medidas para acalmar produtores e entidades, preocupados com o impacto da decisão. Na prática, porém, pouca coisa deve mudar.
O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Rio Grande do Sul, Nilton De Bem, garante: ninguém será obrigado a deixar a atividade. Não é essa a pretensão do governo.
– Queremos a diversificação, não a eliminação do fumo – explica.
Convencer o produtor a buscar outras culturas será mesmo tarefa difícil. Conforme De Bem, apesar do pacote tecnológico agressivo da cultura do tabaco, que expõe os agricultores a produtos químicos, a crescente demanda mundial pelo produto e a rentabilidade alcançada são argumentos fortes.
Na segunda-feira, em Santa Cruz do Sul, o ministro Miguel Rossetto deve se reunir com representantes do setor para debater o prometido plano de apoio à diversificação de culturas.
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