| 06/01/2006 15h19min
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) reiterou hoje em entrevista online ao clicRBS sua defesa pela candidatura própria do PMDB à Presidência nas eleições deste ano. Simon voltou a destacar que considera o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, o melhor representante da legenda para concorrer no pleito.
Quando questionado a respeito da concorrência do PT e do PSDB na disputa presidencial, o senador afirmou que as acusações recíprocas entre os dois partidos serão tão intensas, graves e verdadeiras, que eles se anularão, abrindo a expectativa de uma terceira via que pode ser o PMDB.
As entrevistas online são realizadas por jornalistas do clicRBS, convidados especiais e pelos usuários. Todas as perguntas encaminhadas pelos usuários são recebidas por um editor do site para avaliação. As mais relevantes são publicadas.
A entrevista online com o senador Pedro Simon será realizada pela jornalista Jeane da Luz do clicRBS, e monitorada por Cláudia Ioschpe.
clicRBS – Como todos sabemos, o senhor foi peça importante de CPIs famosas, como a do impeachment de Collor e a dos Anões do Orçamanto. Como o senhor avalia o desempenho das atuais CPIs? Acha que a hipótese levantada por muitos setores, de que tudo terminará em pizza, procede?
Pedro Simon – Não. Haverão várias condenações, mas o aspecto negativo dessas CPIs é que se transformarão em uma luta entre PT e PSDB. Cada um acusando o outro. Para eles mais importante que a busca da verdade é atingir o outro lado.
Pergunta de internauta – O senhor acredita na palavra do nosso presidente Lula, quando ele fala que realmente não sabia que estava sendo distribuído para deputados o dito mensalão?
Pedro Simon – Eu não acredito. Eu não responsabilizo o Lula por tudo que está acontecendo, mas na verdade em determinados momentos ele deveria ter tomado posições demitindo, prendendo e ele se calou.
clicRBS – O senhor defende a candidatura própria do PMDB para a Presidência na eleição deste ano?
Pedro Simon – Sou totalmente favorável a candidatura própria. Acho que o PT e o PSDB, Lula e FHC que governaram o Brasil por 12 anos representam absolutamente a mesma coisa. O PMDB pode significar uma terceira via.
Pergunta de internauta – Boa Tarde, senador. Como o senhor analisa a relação do PMDB do RS com o PMDB Nacional, caso a ala governista atinja seu intento de impedir as prévias?
Pedro Simon – O relacionamento do PMDB gaúcho foi muito bom na época do Dr. Ulysses quando as grandes decisões do partido eram tomadas seguindo orientações do PMDB do RS. Desde que o Quércia assumiu a presidência até hoje o relacionamento nosso com a direção nacional tem sido muito difícil, mas hoje acho que não é apenas o RS e sim o partido do Brasil inteiro entende que é chegada a hora de um candidato próprio à presidência.
Pergunta de internauta – O senhor acredita que nas eleições desse ano, o PMDB tem chance de seu candidato(a) ser eleito, ou a disputa fica mesmo entre PT e PSDB?
Pedro Simon – Eu tenho uma grande expectativa que na campanha presidencial as acusações recíprocas de PT e PSDB serão tão intensas, graves e verdadeiras que eles se anularão abrindo a expectativa de uma terceira via que pode ser o PMDB.
Pergunta de internauta – Senador, caso a ala governista do PMDB aprove a indicação do vice de Lula nas próximas eleições, qual vai ser o posicionamento do PMDB do RS? Irá "compartilhar" o palanque aqui?
Pedro Simon – Eu prefiro não pensar na hipótese de indicação de vice de Lula.
clicRBS – O senhor já declarou em algumas entrevistas que o Rigotto teria seu apoio na disputa presidencial. Na sua lista, há outros nomes? O governador gaúcho é candidato de consenso dentro da legenda?
Pedro Simon – Não tem candidatura de consenso dentro do PMDB. O candidato do PMDB do RS é o Rigotto, mas existem as candidaturas do Requião, do Garotinho. do Itamar Franco, do Jarbas Vasconcelos e, agora surge a possibilidade da candidatura do Presidente do Supremo Tribunal Ministro, Nelson Jobim
Pergunta de internauta – Por que nós contribuintes temos de pagar qualquer tipo de aumento, imposto, iluminação pública, etc, e os empresários não pagam nada, e nas CPIs falam-se em valores de milhões de reais ou dólares?
Pedro Simon – Na verdade o Brasil é campeão mundial no pagamento de impostos. Os contribuintes pagam muito, mas os empresários também. Não vamos esquecer que todo imposto que o empresário paga é acrescido no custo de produção. Ao final, quem paga mesmo é o contribuinte.
clicRBS – O senhor tem planos de se candidatar ao Senado novamente?
Pedro Simon – Se o meu partido me der legenda eu gostaria de concorrer ao Senado nessa que seria a última eleição que eu participaria.
Pergunta de internauta – Senador, o senhor alguma vez ja pensou em se candidatar a Presidência da Republica? Isso seria possível para a eleição desse ano? Eu acredito que é de uma pessoa assim que o Brasil precisa, com sangue e garra gaúcha como o senhor!
Pedro Simon – Eu me candidatei a presidente quatro anos atrás, percorri o Brasil inteiro e tinha convicção que teria ampla maioria na prévia como na convenção, na última hora o partido suspendeu a prévia e na convenção a votação foi feita em cima de uma pergunta: " O senhor é favor da candidatura a presidência e a vice do Senador Serra e da deputada Rita Camata ?" Nós gritamos, protestamos achando que no mínimo deveria ser feito junto a pergunta se éramos a favor da candidatura prórpia do senador Pedro Simon? E terminou na base da violência e da força apoiando a candidatura do Serra e desconsiderando a candidatura própria. Nas eleições desse ano o Rigotto se lançou a candidato a presidência e eu como presidente do partido me achei com a obrigação de dar cobertura a sua candidatura.
Pergunta de internauta – O Michel Temer surge hoje como um novo nome nas prévias do PMDB - seria o nome de consenso? Para evitar uma dispusta dentro da ala não governista?
Pedro Simon – Não há seriedade nenhuma na notícia do Temer.
clicRBS – A sua trajetória política é uma das mais sólidas do Brasil. O senhor tem mais de 40 anos de vida pública – já foi vereador, deputado estadual, governador do Rio Grande do Sul e ministro. O que o faz permanecer na política por tanto tempo?
Pedro Simon – Eu não nego que nessa vez senti uma grande disposição de afastar-me devido a desilusão que senti com a expectativa imensa que tinha e com um resultado tão negativo. O que me faz me predispor a candidatura do Senado é a vergonha de abandonar a política numa hora tão dramática, tão difícil e tão desanimadora. Sair agora para mim seria como fugir, e fugir no pior momento, enquanto há tanta coisa ainda para fazer.
Pergunta de internauta – Sabemos que o RS é sempre discriminado em receber verbas federais, isso só terminará, quando tivermos um presidente gaúcho? Onde estão representados os interesses dos gaúchos nas próximas eleições?
Pedro Simon – A candidatura do Rigotto representaria não apenas para defender os interesses gaúchos, mas a defesa de um novo pacto federativo fugindo desses anos intermináveis em que tudo gira em torno dos interesses de SP.
Pergunta de internauta – O Garotinho também é um nome forte para a disputa da Presidência?
Pedro Simon – O Garotinho é um nome importante, mas acho o do Rigotto mais significativo.
Pergunta de internauta – Lembro do senhor na inauguração da rodovia Estrada do Mar, o senhor nunca foi um político de tapar buracos....como está encarando este projeto emergencial do Governo em relaçãol às nossa rodovias?
Pedro Simon – É profundamente lamentável deixar chegar a essa situação, mas a imensa maioria das rodovias brasileiras são representadas por um buraco atrás do outro. Hoje não se fala em novas rodovias mas em tornar no mínimo trafegável as que estão aí.
Pergunta de internauta – Parabéns pela atitude de devolver (ou doar) o valor da convocação extraordinária. Mas infelizmente o Congresso Nacional dá um péssimo exemplo na gestão do dinheiro público. Essa crise não deveria servir para moralizar e fortalecer as instituições?
Pedro Simon – Claro que sim. Eu creio que a reação da sociedade fará com que essa seja a última convocação com remuneração. No primeiro semestre esse artigo será definitivamente resolvido.
Pergunta de internauta – Não seria responsabilidade dos Estados a conservação das rodovias, conforme pacto assinado com FHC?
Pedro Simon – Aquele pacto foi ridículo. Foi a forma encontrada para dar dinheiro para alguns governadores. Por exemplo, o RS usou aquele dinheiro para pagar o 13º salário e não consertou nenhuma estrada.
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